Terça-feira, 14 de Dezembro de 2010

NO CAVALETE, SECAM ÓLEOS

Al Buel, autor que não foi possível identificar

 

Tem telhado que encima casa e janelas. Árvore frondosa com troncos imponentes, alpino o pinheiro, cogumelos comuns em ilustrações nas histórias de encantar. Chaminé, fumo e sol. Folhas de hera, ícones/lembranças da casa beirã. Tela ingénua solicitada como presente de Natal. A janela maior retrata faces amadas, as outras, sem tabuinhas, protegidas por linhos puros terminados em rendas de algodão que dedos familiares e queridos engendraram. Destes pormenores a tela não conta, apenas lembra. Assinatura e ano estão lá; omisso o dia em que pincel elaborou registos.

 

A tela não surgiu por economia compatível com os tempos de mudança e poupança. Presentes existem que retratam amor de família, ternura a rodos como é privilégio dum clã enlaçado por finas sedas e cambraias. Harmónico. Para o adquirido a disponibilidade existe sem constituir o mais desejado. Fim-de-semana eufórico e feliz, porque dedos comandados pelo coração fizeram obra/herança e não esqueceu quem dele foi a protagonista rodeada por plateia ausente de rostos amados. E o Natal começa assim. E os afectos ganham território aos consumos triviais.

 

No cavalete secam óleos. Semana e meia, pouco mais, devem resistir ao toque, ao ver para crer. O segredo permanece até à descida dos 'Pais Natal'. Até ao regresso da Missa do Galo. Até ser impossível conter demonstrações desejadas pelos amores.

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

 

 

publicado por Maria Brojo às 06:25
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8 comentários:
De António a 14 de Dezembro de 2010
e já é Natal em tudo o que nos rodeia...

seja Natal ainda círculo além, para chegar o trigo ao mundo alheio e circo

mais a Luz

;_)))


De Maria Brojo a 17 de Dezembro de 2010
António – por tudo e por muito mais sou uma das ‘apanhadinhas’ pelo encontro dos amados no Natal. A coisa vem detrás, da infância e dos rituais calorosos. Um deles – férias, botas quentes, ir à quinta beirã cortar o pinheiro alpino que o casarão esperava.
De Acúçar C. a 14 de Dezembro de 2010
A tela ingénua a despertar a curiosidade fez com que algo tivesse que ser espreitado, seja por trás da própria cambraia ;-)

«O tecido, foi utilizado pela primeira vez em Cambrai, na França, em 1595. O termo cambraia foi, possivelmente, uma alusão a Baptiste de Cambrai que era dono de uma fábrica de tecidos na qual eram produzidas peças leves e de superfície brilhantes.»

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/Grand-Reng_JPG01.jpg

De Maria Brojo a 17 de Dezembro de 2010
Açúcar C. – a cambraia existe e, porque translúcida, filtra horizontes deles escondendo lados menores.
De perseu a 14 de Dezembro de 2010
Tantas vezes a simplicidade de uma oferta de Natal contem amor,afecto e carinho.

Feliz é quem dá,bemaventurado é quem recebe.

Quantos nada dão,porque nada têm para dar,quantos não recebem.

O Natal olvidou-os.
De teseu a 14 de Dezembro de 2010
O Natal é um grande ingrato :-(
Só não se olvida dos que podem usá-lo para seu belo proveito.

http://www.youtube.com/watch?v=pI3z1c53J4g
De Maria Brojo a 17 de Dezembro de 2010
Teseu – belíssimo. Na ‘mouche’.
De Maria Brojo a 17 de Dezembro de 2010
Perseu – nada receber tão triste como nada ofertar. Julgo entendê-lo tão bem…

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