Como afirmou Ted Williams, a rádio é o “Teatro das Mentes”. Através dela, envolvemo-nos com a musicalidade das vozes, com a harmonia das palavras, captamos a sensualidade da fala. Inventamos um cenário, uma imagem para quem não conhecemos. Reinventamos o que é dito, orquestramos as subtilezas do modo como foi dito. Pela capacidade de somar partes de um todo e da soma construir mais do que o total, este é organizado com um sentido característico do indivíduo que percepciona. Conscientes desta realidade, os meios de comunicação, a publicidade, diligenciam eficaz pregnância – segundo Prägnanz, "capacidade de perceber e reconhecer formas". Na rádio, sem a bengala da imagem, o fascínio de uma voz acontece – no meu caso, a do Fernando Alves nos Sinais. Analisando esta percepção, concluo aliar fala a conteúdo e que uma sem o outro tem resultado diferente na minha sensibilidade.
Voltando a Ted Williams. Sem-abrigo durante ror de tempo, a história da queda e ressurreição de um homem anda pelo mundo graças à voz/dom que possui e captada num vídeo do You Tube. Sugiro ouvi-lo. Percepcionar as magníficas fragâncias desta voz que andou perdida. Somente depois, visioná-lo.
pelos sinais, da mudança de vida, oxalá, do homem da voz de rádio, e das janelas de Fernando Alves, Cecília Meireles, Cristiano Dalcin, Nelson Rodrigues, mas também de Pessoa e Zeca no comboio descendente, e de outras e outros mais, como a graça de uma janela para o Tejo que é toda uma história de Amor, abro também a minha janela, de par em par!
A mudança é uma janela Por onde entram as miragens de quem nos está a olhar É quando a abrimos em par Que damos vento à vela em que iremos Navegar
É como sentir uma esfera Azul, a redoma preciosa em que temos de morar É quando a olhamos a espreitar Que partilhamos o ar e deixamos a atmosfera Respirar
Feitos de gente e afectos, afinal vivemos perto Do encanto de chilreios, de arco-íris e luar E num aroma de flor, damos por nós a gritar Às janelas: queremos o mundo liberto De par em par
E se uma janela souber que vais partir e chegar Estás decerto a sonhar a pomba que trará a oliveira É a vez de cada hora do dia superar a vida inteira É o tempo de aprender e de ajudar A mudar !!
Tinha que ser em enguelês? (neste caso, americano que é só um bocadinho de nada mais grosseiro para não falar no senhor que pensa c'os pés) Esta zurrapa tá a ficar poluente
Com tanta língua no mundo... ainda por cima uma língua que a maioria fala mal ou com a baixa referência do raphipop ou dos filmesitos que se vêem por aí aos caídos.