Desanda. Despede-te da noite para o dia. Desaparece e volta daqui a um mês bem contado. Engole as lágrimas miúdas que nem lavam os espíritos, nem os largam. Leva nostalgias minhas sem quê ou porquê, apenas por existires e penetrares insidiosamente onde não és desejado, por deixares cobertos de cinzas os espaços aferrolhados. Invades-me pelas nesgas, fique aberta a organza/cortina. Instalas-te no meu sofá, empardeces cores, sujas a alma assentada e o corpo dela. Se já foste magia em caminhos da cidade, sebastiânico surgir, agora digo: _ Não te quero mais! Leva o que trouxeste, esvai-te ou rasteja para longe daqui até esquecer as semanas desavindas que contigo vivi. Opressivas, escorregadias, viscosas. Engasgas os meus silêncios faladores, obstruis as minhas paixões, esmoreces o luzir dos meus olhos, da boca o sorriso, do sorriso o riso. Quero chuva, quero neve, quero sol. Tu que esborratas onde tomas assento, a ti nevoeiro insistente expulso-te da minha vida. Tenta volver hoje ou amanhã. Ignorar-te-ei. Na tua mancha/gaiola haverá as cores todas da paleta.
Bom dia Teresa..de preferência sem nevoeiro e sem sombra dele ou de qualquer coisa parecida... Magnífico texto, o qual pode ser lido de variadas formas e ter inúmeras interpretações... consoante o estado de alma na altura! Que o nevoeiro, seja ele qual for, não ensombre a sua vida. Os nevoeiros, e existem alguns muito nefastos, podem parecer luzidios e promissores de luz, mas acabam sempre por revelar-se cinzentos, mórbidos e inquietantes para com quem eles convive, nem que seja temporariamente. Nunca conseguem esconder, nem fingir, a sua verdadeira essência por muito tempo. Quando vêm, vêm para ficar e são como as lapas, não querem largar o que aprisionaram!
o nevoeiro esconde sempre um certo encanto e pode atingir o fantasmagórico ou outras fascinações, como uma certa luz fotogénica e enternecedora, capaz de enfeitiçar o ambiente e polvilhá-lo de magia
mas, portugamente, a gente não aguenta o estado nevoento por mais que algum tempo, dá tudo em nervoso ou mesmo deprimido
no entanto, enquanto não chega a madrugada inteira e limpa, também há quem se aproveite da névoa e se julgue sebastiânico, ânico, ânico
António - e se do mistério da bruma sou apaixonada.... Mas duas semanas seguidas acompanhadas de gripe e seu esvair é demais! A partir de hoje está sol e... 'prontos'! O nevoeiro que tente vencer-me. Derrotado, garanto, ou não me assine Teresa C..
Pirata-Vermelho - como acha que gripe malvada que não descola há duas semanas deixa homem ou mulher? Paredes de nevoeiro cortando o horizonte só pioram. E não se arme em fino porque estando no meu lugar o seu humor seria ainda mais canino. Como sei? _ Sabendo.
O nevoeiro por vezes traz-nos surpresas e desilusões. A desilusão primeira foi não ter trazido El-Rey. A segunda foi o pifio,o pindérico,o cafono e piroso titulo. Efeito:interpertações dignas de visualizações de telelenovelas ou de propagamnda politica,pode-se acrescentar leituras em diagonal ou dificuldade em interpertar textos. Quanto à crónica cinco estrelas de General
Como d'habitude... nem umas nem outras... toujours la meme choça ;-) Sem acentuar pindérico... ficava uma lisura perfeita. O tal era el-rei mas não era o nevoeiro que ia trazê-lo. Quanto às inter peta ções... é isso mesmo: são petas. (e há muito por onde escolher)
Acautelem-se: o nevoeiro dá mais graça aos dias sem ele!