Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2011

HABEMUS PROVEDOR

Luis Royo, Anthony Christian

 

Adormeci tranquila. Suportei, ora enfadada, ora irritada, ora indiferente, os dislates e a desavergonhada campanha eleitoral. Campanha de vizinhos ressabiados pelas malfeitorias que uns aos outros atribuem: _ estacionaste no lugar que todos sabem ser meu; dispondo-me a dormir, grita música na tua casa ou gritas tu e a tua rameira pelas marteladas na cama quando a minha senhora está aferrolhada na flanela do pijama e ronca, benza-a Deus!, que já me chega a Cidália dos Olivais; acordas-me quando bates com estrondo a porta ao saíres às sete; interrompes-me o jantar ao entrares em escandalosa risada com as tipas que engatas e tenho de espreitar pelo ralo, não hajas, por acaso, feito cerco nos Olivais.

 

Atingido o apogeu com a vitória da abstenção e os mais de vinte por cento conquistados por candidatos sem partidos com andores para o transporte «campanheiro» ou elevados por andas até à escolha (im)popular, surgiu a boa nova: a partir de ontem, tenho Provedor do Povo disponível para acudir aos expulsos de sobrevivência digna. Não deu o endereço do escritório em Belém, mas chega a Roma quem pergunta. Vítimas de injustiças sociais poupem cobres para papel, envelopes e selos. Doravante, confessionário aberto nas horas de expediente. Não vale com as queixas fazer aviões de papel e apontar para a marquise mais conhecida do país. Essas, leva-as o vento. As outras caem em saco roto, mas para o caso e função dá no mesmo – importa é desabafar com o passado e novo ‘garante da estabilidade nacional’.

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

publicado por Maria Brojo às 11:02
link | Veneno ou Açúcar? | favorito
9 comentários:
De Veneno C. a 25 de Janeiro de 2011
Presumindo inocência, o da Coelha recomenda-se

http://www.montedacoelha.net/index.php

pois a paz também (tem) cura ;-)
De António a 26 de Janeiro de 2011
pois atã acomparemos as Coelhas:

Monte - a terra é fecundada; aldeamento turístico - nós é que ficámos

Redondo - a esperança canta; quadrado - só (des)afina, à ópera nunca foi

Planície - Amarro o meu olhar; praia - amarrou o burro

Velho monte pelo que rezam as crónicas dos mais anciães - criação de coelhos, pastoreio, porcos e olival; casa nova-rica sem rezas nem crónicas nem escritura ou registo - engorda de acções exclusivas até índices verdadeiramente presidenciais

assim com'assim, antes a horta, o sonho e a distância da bela canção de Orlando Fernandes

;_)))




De Veneno C. a 26 de Janeiro de 2011
Bela co&lhada ;-)

Só fica quem não sabe da poda: quem vai à frente está sujeito a só ter fecundação sem poder fecundar ;-)
Melhor fora atrás ficar;-)

Quanto aos instrumentos, um redondo como um prego e outro quadrado como uma porta.

Ao olhar amarrado no plano só lhe faltavam as penas para parecer o burro alado no areal (escrita altamente queria à tíbia).

A engorda vai acabar no Monte Gordo (no Vau, nos Tomates, ou na Capa Rica) e as acções de nível presidencial acompanharão a tendência inflaccionista que ameaça a orla Belenense.

Aquele Or Lando, sucessor fracassado do zé Cabra, ainda vai parar com o (en)costado no Bugio (Forte da Cabeça Seca) ;-)

http://www.overmundo.com.br/overblog/orlando-fernandes-e-a-acse-miusic

http://www.overmundo.com.br/overblog/entrevista-burro-morto

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