Autores que não foi possível identificar
Conta 102. Provectos, lúcidos, empreendedores. Manoel de Oliveira queixa-se de falta de memória no trato de dados avulsos, nem um pouco se o cinema é assunto. Disse: _ “A fome é que obriga o homem a trabalhar.” Remoí. Discordei no particular, concordância na generalidade humana, salvaguardando casos inúmeros semelhantes ao meu.
Que seria de mim sem objectivo útil no dia-a-dia? Conta o salário, sim, mas há mais: o gosto de satisfazer necessidades do intelecto nascidas e melhoradas pelo crescer dentro. Não despender capacidades sem fim à vista entendido como valoroso, ainda que alheios possam dá-lo por inútil, pobrezinho, de menos para o possível meu. Não me distanciar das realidades velhas e novas, de comprazer ego modesto pelo caminho percorrido e a calcorrear. Jamais permitir que se instale fosso abrupto entre quem sou, quem desejo ser e o justamente esperado dalguém com gosto por se dar aos outros e a si – ausente harmonia entre o natural egoísmo, todavia ponderado, e a dádiva, fica menor o ser.
O trabalho pode ser lúdico. Acrescer dimensão positiva à pessoa, gozo do sentimento de horas felizes empregues a favor de aléns com rosto. E existem sempre, mesmo se resumidos aos utentes do serviço e aos parceiros. Quando solitário o labor, não desapareceram olhares espectadores que ao feito conferem sentido – há os da alma e esses perscrutam longes e contam horas invisíveis aos exteriores.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros