“No Dia de Natal tem bico de pardal. Janeiro fora, mais uma hora, e quem bem contar hora e meia vai achar.”
Se do bico mal conta dei, passado Janeiro encontro mais da hora e meia no dia que o Sol faz. E anima acordar, ao fim-de-semana, com luz cheia, ainda que o hábito das madrugadas úteis pelas seis não se desfaça apenas por o calendário ter ócio escrito em maiúsculas. Infiltrado o brilho da candeia solar pelas frinchas, a alma pede rua, pede raios em feixe largo captado na face. É altura das gangas, de abandonar saltos, de sair com rosto lavado que ordena a dispensa de artifícios que o tinjam. Igual continuará até à volta das madrugadas.
Soltar a música. Escrever após o café tomado na privacidade, deambular pelas curvas cerebrais onde foram preenchidos arquivos, arrumados como se gavetas de secretária fossem. Bater a porta, dar voltas à chave deixando em caixa tapada preocupações e afazeres, que também os há para cumprir e, malvados!, do calendário não querem saber. Dispensar pressas e sentir por conta exclusiva o tempo. Saber minha a felicidade de não habitar um da meia dúzia de planetas do Sistema Kepler que orbitam em torno da estrela Kepler-11 parecida com o Sol. Dos períodos orbitais com duração inferior a cinquenta dias pela exiguidade da curva percorrida, advém quentura extrema. Desta não gosto – delicia-me frio com sol a rodos, enfiar casacão e proteger apenas o devido, que a cara precisa de nariz encarnado pelo gelo inspirado. Fotografar o tanto que a cidade oferece. Deixar-me ir no dia sem projectos além do minuto seguinte.
Teresa.C. Estou a ficar demasiado agarrado ao seu blog. Tem algum livro publicado para o pessoal ler? Que isto da internet qualquer schmuck como eu pode enviar umas bacoradas. Depois de sopesar os os prós e contras... bem haja pela sagração da PRIMAVERA.
Victor Forte - não fique 'agarrado' ao blog que a Teresa C. não é flor que valha a pena dela recolher o aroma. Livros? Um pronto, outro a meio. E não sopese - deixe-se ir no gozo e dele o fluir. «Curta», atrever-me-ia a dizer.
Dizem os cientistas que ali há 6 planetas: b, c, d, e, f, g. Com seus respectivos períodos entre 10 e 47 dias para os 5 primeiros e 118 dias para o último. Admitindo que a quentura será extrema no b (com a sua exiguidade máxima na curva) torrando quanta massa possa haver num ET humano, fica de pé a hipótese de no g (com uma curva bastante mais generosa) haver um quentinho bem-bom para manter encarnado o nariz de qualquer brasa que se disponha a explorar o misterioso espaço. Ou cai por terra?
Oh Teresa , a coisa parece que está aquecer... Isto qualquer dia torna-se num x procura y... Curioso -assim espero morrer um dia-procurei em blogs antigos e... encontrei uma casa no Redondo com senhora sentada na varanda. É Você? Se for,cum carago...como diz a cantiga açoreana :menina bonita nunca houvera de nascer...é como a fruta madura etc. etc . No entanto e voltando às manhãs frias estamos de acordo:embiocamento do corpo e cara ao sol. Carpe Diem and shake your tale baby because life is short.
Ponha aqui o seu pezinho devagar, devagarinho Se vai á Ribeira Grande Eu tenho uma carta escrita, para ti cara bonita não tenho por quem na mande.
Eu nasci à sexta-feira, com barba e cabeleira mais parecia um anti-Cristo que até o senhor padre cura, que é um homem de sabedura nunca tal houvera visto.
Eu fui de Lisboa a Sintra à casa da tia Jacinta p'ra me fazer uns calções mas a pobre criatura esqueceu-se da abertura para as minhas precisões.
Eu fui à beira da rocha, sapato e uma galocha ver se o mar estava manso. Encontrei uma garoupa, toda enrolada em roupa a dormir o seu descanso.
Eu fui até Vila Franca, encanchado numa tranca à morte de uma galinha o que ela tinha no papo, sete cães e um macaco e um soldado da marinha.
Fui-me casar às Capelas, por ser manco das canelas c'uma mulher sem nariz. Esta gente das Fajãs, já me deram parabéns p'lo casamento que eu fiz.
Toda a moça que é bonita, que ela chora que ela grita nunca houvera de nascer. É como a maçã madura, da quinta do padre cura todos a querem comer.
Minha sogra que é uma raia, mora na Lomba da Maia mesmo em frente ao meu jardim. A todos chama canalha, antes a língua lhe caia do que ela me chame a mim.
A filha da tia torta, que não entra, fica à porta foi ter comigo ao jardim. Atirei-lhe uma palanca, acertei-lhe certo na anca salta burra p'ro caminho.
Eu fui a Água de Pau ver se o vinho não era mau sete vezes molhei o bico. Diz-me lá ó tia Marta, se não foi nesta' freguesia que a porca furou o pico.
Eu subi às Cumieiras, plantei umas figueiras para figos apanhar. Para fazer uma boda, com a minha gente toda no dia em que me casar.
Minha sogra tem-me reixa e de mim foi fazer queixa à Vila da Povoação por eu ter chamado à filha papo seco de serrilha bom petisco da manhã.
Victor Forte - "x procura y"? Olhe que não, conquanto a vida aconteça sem busca determinada. E também não sou a senhora sentada na varanda sita no Redondo. Tem a imagem? Gostaria de a conhecer.
Teresa C- Infelizmente não consigo encontrar a imagem mas estou certo que reside num dos seus posts mais antigos onde a encontrei ao bisbilhotar os supracitados. Vou continuar a procurar...
E ainda...(Não não é o Carlos Cruz) a música +a letra: THE BLUES BROTHERS: EVERYBODY NEEDS SOMEBODY TO LOVE. Sugestão de leitura sem copy nem paste Revista do jornal Público de hoje da também filha dum tarata ANA SOUSA DIAS.And then again I do not care about your farm ,about your fish or about your Mafia...
Os outros "comments" também são meus . Por deficiente concentração sairam anonimos. Ainda e continuando a saga... e já agora também com dança p.f. ver e ouvir Pulp Fiction Twist contest dance scene
Acho sim,pertenço à area das ciencias exactas. Pouco conheço.e nunca me esforcei por conhecer o o universo parnasiano. Ainda se a poesia não fosse poesia de feira regional vá que não vá.
E agora para os verdadeiros artistas deste país matemáticos e poetas incluídos e já qu`isto tudo é negócio e o que muda é a mercadoria 2 excertos:
Girando e girando na espiral que se amplia O falcão não consegue ouvir o falcoeiro As coisas dissolvem-se,o centro não segura; A mera anarquia é dissipada para o mundo A maré escura do sangue é perdida E em qualquer lugar A cerimónia da inocência afunda-se Aos melhores falta-lhes toda a convição Enquanto os piores estão plenos de intensidade apaixonada.
Santo António de Amarante Rachador de pau de pinho Dai-me força no........ Como o porco tem no focinho
Cá pra mim são os dois bons...
There is always the other side of the switching coin.
Obviamente sendo o segredo a alma do negócio dos autores nem peva...