Porque a semana surge intrincada com a greve das transportadoras, a procissão de crentes liderados pela CGTP nas ruas de Lisboa, a instabilidade social pelo «pacote 4», apetece frivolidade que alivie desprazeres. Segue junta.
Sendo dada a rejeições de locais confusos, ruidosos e entupidos por excesso de cabeças, não entro em centros comerciais. De cinco em cinco semanas, abro excepção – a Guida mudou-se para cabeleireiro sito num deles; sigo-a. Profissional competente, sem peneiras de «mete nojo» como soe quando a conta é directamente proporcional aos arrebiques do lugar.
Para fugir à moléstia, marquei para domingo, manhã, cedo, o embate. Hora, mais meia doutra, estava despachada. Apresso a saída. A caminho do estacionamento, passo pela loja onde me abasteço do chá preferido e que deve durar no armário tanto como o arranjo do cabelo. Desprezei talão e saco; chá directo para a mala. Sempre em corrida encho-me de coragem e no «hiper» compro nozes que, havia dias, apeteciam. Parcos metros faltavam para a salvação, outra urgência veio à lembrança. Pé ainda fora, outro dentro da loja, já o alarme apitava. As meninas emp(r)oadas olham-me de soslaio e recomendam nova tentativa. Obedeço. Recomeço. O mesmo. Uma das empoadas sugere um talvez: objecto não desmagnetizado. Retorno à loja do chá _ passam-no, novamente, pelo aparelho. Saio e nada apita. Entrada na loja das meninas empoadas – a comédia persiste. Queixo erguido, passo firme, retiro o objecto. Pago. A desconfiança das meninas continua. Uma delas, teimosa, pega no chá e vai à porta. Idêntico estardalhaço. Experimenta com as nozes – nada. Leva a mala aberta – ensurdecem os guinchos e eu arregalada. Pergunta se a minha roupa era de meia dúzia de lojas que enuncia _ É que, sabe, nessas marcas os tecidos podem magnetizar-se sozinhos. Flamejaram-me os olhos pelo disparate e insolência. _ Que nada vestia em estreia, mas não lhe competia saber disso. Mira os sapatos: _ São novos? Pelo reactor interno que explodia, costas voltadas, ouço: _ Se vai fazer mais compras é melhor avisar. Avalanche de palavrões à beira das cordas vocais; contive-a.
Dez metros adiante, descida para as catacumbas irrespiráveis. Acciono o comando do carro. Nada. Imagino o pior – falta de bateria. Tento abrir com a chave. Não cabia. Aparece o dono e atamanco o óbvio – enganara-me no veículo. Lugares adiante, lá estava o servo com rodas. Fujo. Só no ar livre, abro a janela e vomito repulsa. Vejo a hora: em vinte minutos após Guida, a cascata de absurdos.
Quem te manda ir a esses "antros" ao domingo de manhã? Não sabes que há cabeleireiros magníficos em bairros magníficos? Ainda não aprendeste a ir ao "chá não falta" ali para os lados da Duque de Loulé? É preciso ensinar tudo a esta rapariga. Depois queixa-se dos enganos e das emproadas balconistas que, em centros comerciais julgam ser a rainha de Inglaterra. Sem coroa, claro!
Dobra - minha querida, é no que dá a fidelidade. A Guida que trabalhava em lugar a contento, foi passada como chamariz para o novo salão num dos antros que pululam em Lisboa.
Como de um sacrifício aprecio rentabilidade pela escassez do tempo disponível, aconteceu o descrito. As meninas eram tenebrosas como dizes: rainhas isentas de coroa.
O meu delicioso chá somente é vendido numa cadeia de lojas. Ao voltares à Duque de Loulé, constarás a minha razão. Mas que nestas ocorrências sou parva todos os dias e sem intervalo, concordo.
Depois do do comentário da Dobra que posso eu acrescentar? Para o bem e para o mal iniciou-sea era do "BIG BROTHER" Os critérios de avaliação cibernéticos não saão iguais aos nossos. Quanto a esses antros fedorentos,mal frequentados e apelativos ao desnecessário,que fazer? As massas humanas gostam,talvez um dia venham a ter um cerebro com as suas funções próprias. SIC TRANSIT GLORIA MUNDI.
Como dilia o chinês do Centlo Comelcial: A Dobla tem lazao. Assim a menina nunca mais endileita... Seja flivola e nada de acleditál nas emploadas e alogantes meninas do Centlo Comelcial. 500 eulos pol mes e tao plesumidas. Acleditál só em Deus (palece que a Telesa nao acledita )ou entao adelil ao paltido da maozinha como a Dou(tola )Ana Gomes(esta dobla quel-se dizel nao endileita).
Anónimo - porque naquele centro de exaustão não existem chineses, julgo eu que do r/c não passo, o meu verdadeiro problema é a curiosidade - perseguir os meandros da natureza humana. Constatei o sabido e óbvio: 'merdosos' crescem como urtigas, sem desejar ofender tão selvagens plantas, em todos os lugares. Cimento e betão incluídos.
Ok Ok... Agora à séria... Gostei da croniqueta. Dificil escrever diariamente,dificil a inspiracao, dificil a persistencia e difíceis os custos da curiosidade... Mérito seu ... privilégio nosso
Quanto à embaixatriz Ana Gomes gosto da coragem e de ganhar menos como deputada do que como embaixatriz. No entanto a adesao ao partido da maozinha ficou-me atravessada. Se calhar nessa altura as maos que seguravam as redeas da criatura eram outra.Enfim nao sao contas do meu rosario ...
Cão do Nilo - mas sabe? O prazer na escrita é tanto que, neste particular, estou adicta. Quanto à deputada Ana Gomes, bem... O ainda por dizer tem demasiadas pontas. Obrigada.
Gand'aventura! Olhe pra mim a rir de si mas porqu'é que não reduziu a lambisgóia da moda da loja à expressão-mais-simples com uma declaração peremptória (com p) de 'consigo não falo'?
Pirata-Vermelho - bem se pode esforçar por ser 'topado' deste modo. Mas não - o seu estilo directo, assertivo, e, ao mesmo tempo, fugidio como enguia, dá-se bem com raposas que das uvas verdes afirmam a verdade enquanto cobiçam o fruto proibido.
Sucedâneo (vem na cartilha) é um produto de substituição que é fornecido ou adquiridoem vez do produto de melhor qualidade. Qualquer coisa como hamburgers de minhoca e empadão de vitela picada em casa.
(não s'incomode -livra!- ond'é qu'eu ia parar c'a sua explicaçôncia?!...)
O petit rouge tem razao... Porque é que nao disse à puta (assim lhe chamam)do shopping que ela nao fez mais que copiar os modos (maus) de quem lhe paga o misero ordenado e o maneirame da maioria das madamas e messiús da classe média(alta, baixa e às vezes baixíssima) que aí compram ... ou queriam que copiassem o maneirame dos ghetos onde cresceram e onde cada vez mais se multtiplicam?Ser empoada menina de shopping também é subdesenvolvimento e para isso já nos bastamos. Nao me digam que os rascas deste país nao gostariam de ser herdados nem que fosse duma vivenda Mariani ou até, vá lá , beeficiários duma bolsita para mestrado ou doutoramento( rápidos. de preferencia) Haja curiosidade mas também juízinho e comedimento se possível for...
E já agola o Stanley Ho é pleto(a) ou é plimo do Tomás Taveila (esse mesmo que emlabava as meninas do Centlo Comelcial???ou selá plimo das pletas beneficiálias de govelnos cleptoclatas e flequentam a Moda Lisboa ou o Tulismo da mesma cidade captal e nas noites vao ao balzito onde palava o Aventino Teixeila.
Pelo que os jornais mostraram, as do Taveira eram mais para o fino, se é que nesta coisa de badalhoquice-mor haja distinção entre (os)as do Intendente e 8os)as que se fazem caras, que chafurdam na mesma quer seja com um arquitecto quer seja com um zé ninguém...de rapariguinhas do shopping nada tinham- de boas famílias e outras até casadas...umas senhoras, portanto, com princípios elevadíssimos que nada devem às suburbanas...
Para bem desta suciedade... só eu é que devo estar passado e a gozar com a cena ;-)
Este retrato trágico-cómico-apocalítico fica p'ra posteridade, para que alguém mais tarde confirme se os vapores de Fukushima Dai-ichi já chegaram à nossa capital.
Afinal, já temos castas (empoadas, putas, merdosos) a emsombrar elites que só por curiosidade (azar que já deviam ter superado) descem aos antros rascas do povo.
Tenho de discordar. Embora uma que se outra "senhora"aparecesse nas lides, o grosso eram as meninas das Amoreiras. (Inside source...). Mas tem razão. É irrelevante.
Pirata-Vermelho - neste ponto (a beberagem da manhã), convenho não obedecer a critério rigoroso, mas sim ao que no imediato me apetece e conheço. Além do dito, escasseia o meu tempo para buscas.