Philip Hawkins – Cock of the North Kim Corpany – Silver Star Spurs Western Cowboy
Sou do tempo em que o único canal televisivo entretinha gentes remediadas com matinés inocentes onde pontificavam coboiadas romanescas. Havia tiros e corria sangue, verdade, embora o preto e branco dele fizesse caldo de borra de cigarro. Ingredientes quase certos eram diligências fáceis presas dos mauzões, paisagens desoladas com cilindros de ervas secas enrolados pelo vento, xerifes e bandidos. Forcas quando calhava. Depois, havia a bendita certeza do filme acabar bem com o pistoleiro nos braços duma donzela em bom recato ou no quarto de refinada jovem prestativa em qualquer saloon. Já a tarde ameaçava sono quando a matiné era finda. Pequenada contente, mãe bordando, pai ouvindo relato de futebol, tarde de domingo invernoso bem passada.
Ora, dá-se o caso de ter sido questionada sobre a razão das já tremeliques pontes pênseis de madeira nos filmes do faroeste só darem de si após o comboio dos «bons» passar, feita antes marcha-atrás. A bandidagem era obrigada a estacar e os malvados da frente caíam na ravina funda como algumas gargantas que ‘eu cá sei’.
Recorri aos Spaghetti werstern ou Bang-bang à italiana vistos e revistos nas matinés da TV – acabada a exibição do lote de filmes em stock, eram repostos os velhinhos a cintilar como estrelas cadentes. Pois a meu ver, resposta simples: (…)
(…) Tudo muito desembaraçado e coisa e tal, todavia com, no mínimo, dois senãos:
_ não recordo o nome de um único western em que surgem situações como a questionada;
_ será que a quantidade de movimento nada tem a ver com o facto?
«Franchement» vos digo não estar com a menor vontade de consultar canhenhos que me reavivem memórias estafadas.
Gladys Knight é uma cantora americana de Soul e Rhythm and blues. A sua banda Gladys Knight & the Pips, incluía vários dos seus parentes. O Tema Midnigt Trains to Geórgia, é um episódio da vida de um homem que falha profissionalmente em L.A. e, procura voltar a sua terra, retornando derrotado ao passado ou ao mundo em que nascera. Com ele, quer ir alguém que cegamente dele se enamorou. Esperemos que as pontes do amor não caiam. Gladys Night tem uma canção, para mim mais agradável e, que julgo que foi sucesso, que se chama “For once in my life”. O poema decerto anima, com esperança, corações feridos.
A autora do blog suscita aqui a discussão académica para a qual não me acho com formação. Creio que com um bocado de estudo também chegaria á conclusão sobre as forças que regem os movimentos dos comboios, mas deixo isso aos académicos. Apenas posso referir aquilo que os meus sentidos e observações, me transmitiram empiricamente, pois durante alguns anos tive de me deslocar de comboio. A travessia de pontes tem de ser feita em marcha moderada, dado que o atrito que as rodas do comboio fazem nos carris é transmitido à estrutura da ponte e podem provocar roturas na mesma. Se for uma ponte de madeira, julgo que os cuidados teriam de ser maiores dado os fenómenos de dilatação das madeiras, devido ao calor e humidade e o posicionamento dos carris será bastante mais crítico e instável e a vibração excessiva poderia fazer perigar a ponte. Quando á queda de pontes em filmes de western, julgo ser um efeito recorrente de espectacularidade e do aproveitamento da própria destruição do cenário, situação normalmente aproveitada pelos realizadores. Site que publicita filmes com comboios: http://www.railserve.com/trainmovies/ . Difícil é recordar em que filme se pode observar a cena requerida. Para quem acredita em sonhos: Sonhar que atravessou uma ponte e logo após, ela caiu. É sinal de que superou um grande obstáculo, ou que deixou para trás coisas ou pessoas que lhe faziam mal.
Afirma não ter formação mas chegou aonde não cheguei - a dilatação dos corpos e a vibração das madeiras.
Sobre o "aproveitamento da própria destruição do cenário, situação normalmente aproveitada pelos realizadores" em alguns westerns, desconhecia. Obrigada.
Sonhos - faz sentido e logo eu que me detenho na interpretação dos meus frequentes sonhos.