The Brontë sisters and their brother with the parsonage and church graveyard at Haworth
Há défice de romancistas como algumas inglesas do século dezanove. Não temos uma Charlotte Brontë, uma Emily Brontë, uma Jane Austen ou uma Daphne Du Maurier. Faltam romances saídos de mãos femininas que propiciem cumes de fantasia e delicioso pretexto para chorar. O curto inédito da Brontë escrito na sua juventude para deleite dos irmãos, publicado há escassos anos, “Hotel Stancliffe”, é uma pintura fantástica que não faz concessões às normas sociais vigentes no Reino Unido da época. Todavia, nele constam esquissos das futuras personagens heroicas das irmãs Brontë. Poucos o diriam pertença da autora de “Jane Eyre” - as infelicidades não abrem comporta de lágrimas.
No “Hotel Stancliffe” muda o décor. A vida decorre tranquila em Zamorna e no Hotel Stancliffe em particular. Adeus horizontes desolados, colinas solitárias, humidade e ventos persistentes fustigando amores em partes iguais intensos e iludidos; adeus heroínas cuja beleza não conta e que sobressaíam pela elevação dos valores que as imbuíam. Bem-vindas duquesas espirituosas, divas ardentes e viscondes frívolos digladiando-se num cenário de opereta. Há bilhetes escritos em papel rosa e selados a verde que destilam corações gémeos – o quer que isso seja! – consumidos por idêntica chama. Os jantares descritos propiciam diálogos que Oscar Wilde assinaria. Lord Lofty Macara arrisca mesmo o elogio do ópio de que abusa. Declara: “Em cinco minutos, eu que me tinha pelo mais miserável sob os céus, torno-me um homem racional e feliz”. Incrível revelação saída da pena da virtuosa Charlotte cujas únicas drogas eram o chá e a escrita. Mais estranheza causa pela mágoa do vício do irmão Branwell (...)
CAFÉ DA MANHÃ
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Peregrinando
Brasileiros