Terça-feira, 12 de Maio de 2015

OUVINTE DE SILÊNCIOS

 

Rafal Olbinski A.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rafal Olbinski

 

 

Ouvinte de silêncios. Como submarino imóvel que escapa ao radar do espírito interlocutor. O calado traduzo em fala, enganadora talvez. Não me arrogo acutilância ou dons divinatórios, todavia é a palavra suspensa que julgo entender melhor. Ou gestos por concretizar. Ou emoções pairando em limbo de reflexão.

 

 

 

 

Códigos tradicionais conheço alguns – matemático, social, físico, português - do literário, do vernáculo e do rural gostaria saber mais - , um par e meio de línguas alheias, arranho o código económico, o químico trato por tu. Apaixonam-me uns, outros uso com indiferença; de todos recolho vantagens como a de rir com gosto da resposta à pergunta “Porque se dissolve o urso branco na água? - Porque é polar.” Piada seca? - Nem um pouco para quem das partículas ultramicroscópicas conhece a estrutura. A gestão dos silêncios funciona como impressão digital: é exclusiva de um indivíduo. E se as curvas celulares da pele fazem parte do código genético que ignoro e, por isso, pouco me dizem, já as pontes e os fossos dos silêncios são delatores.

 

 

 

 

Na condição de submarino não me incluo nos atómicos que podem esperar anos por reabastecimento de combustível e serem armas letais - preciso de renovado fluido emotivo, de gestos mansos, da âncora da confiança. Sem lua que ao oceano dos sentimentos determine marés vazas e cheias definha o apelo do entendimento. Serão mudos os silêncios. Náufrago o outro. Eu insuflo o salva-vidas e aproveito a praia-mar.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
link | Veneno ou Açúcar? | favorito
8 comentários:
De Tati a 27 de Maio de 2007
J - E sou lá «piquena» para me amofinar por tão pouco? ;)
De j a 21 de Maio de 2007
Gostava de ter a sua presença de espírito para poder responder sempre do seu modo a todos os tontos que abundam neste meio, como o "distraído" sr. Pedro Morgado.
Um especial e enternecido beijo de reconhecimento e... agradecimento.
De Tati a 21 de Maio de 2007
J. - Adoro senti-lo por aqui. Acrescentos doces à suavidade dos dias.

Katraponga - Que belíssimos textos me tem servido! Que o meu silêncio não seja tomado por desinteresse; aliás, sabe bem da visita diária que lhe faço e de não abdico. Beijo.

Fallorca - Entendi como a dissonância que sempre existe entre indivíduo e a reflexão no espelho ou nos olhos de quem o vê.

Pedro Morgado - Agora que está precavido, cuide de não voltar cá.
De Pedro Morgado a 21 de Maio de 2007
Merda de blog
De fallorca a 20 de Maio de 2007
dissimulada.... obviamente
De fallorca a 20 de Maio de 2007
Estranho, se os lábios são vermelhos no reflexo azul, porque são tão tremenda azuis na vertigem dissulada pelo ocre?
De Katraponga a 20 de Maio de 2007
beijo, Tati.
De j a 20 de Maio de 2007
Quem sou eu para comentar?
Apenas para lhe dizer que passei a sentir-me melhor na sua companhia. Porque gosto mais de falar pelos meus silêncios. ainda bem que tão bem sabe interpretá-los, ouvi-los e responder-lhes de modo idêntico.

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