Quarta-feira, 4 de Março de 2015

PERNAS DELAS, PIJAMAS DELES

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Alberto Pancorbo

 

 

Antes, elas (re)miram-se ao espelho, pela frente, por detrás, de lado. Lá está!, ruminam, sorte malvada. Rios, quais rios?, oceanos de dinheiro gastos em massagens, agulhas de mesoterapia, elétrodos mais as tremuras e as coxas a insistirem na superfície lunar - minha querida, ou acendes velas e apagas, ainda vestidinha, as luzes, ou lá se vai o andor. Entretanto, eles cortam os pêlos do nariz e das orelhas, espremem os pontos negros, no banho esfregam, como condenados, a cabeça e os sovacos, encolhem a barriga até mal respirarem, verificam se são compatíveis os minutos sem inspiração com despir a mil à hora e aterrarem em cima delas que, salvo as sabidonas, tomarão por impetuoso o balanço, tão certo como quatro ser o dobro de dois.

 

 

 

Chegado o momento da verdade dos corpos, pela ânsia de satisfação do espírito que a carne comanda, nem eles nem elas se deterão no que antes fora temor. Depois, ah, sim!, depois, é que são elas. Eles atentam nas curvas, ou na ausência delas, que a roupa escondia. O peito e as pernas, de novo essas traidoras!, sem saltos e rentes ao chão, perdem da altura metade. E, ou são curtas, ou grossas de mais em baixo e falhas em cima; o rabo que os fascinou e parecia harmonioso, tanto desaparece como engrossa. Gostam de agarrar, é certo, mas menos era o bastante.

 

 

 

Se a noite for farta e preguiçar pela madrugada, não será à primeira, mas vem a hora do pijama. Ora, neles, este é momento decisivo. Um clássico de bandas e debrum nas virolas? Desportivo de malha de algodão? T-shirt e calças de treino? Tudo serve, assim condiga o estilo com o indivíduo. Porém, marretada que não merecemos é enfiarem eles dentro das calças a parte de cima do pijama. Está por nascer o amante capaz de aos nossos olhos resistir a prova tamanha. Inquietante case study este: julgarem as gripes semelhantes a melgas ou a pulgas que se infiltram, sorrateiras, pela cintura. Podem crescer literal e metaforicamente, que destas canduras eles não se livram. Adoráveis, pela santa ignorância que nos diverte. Bem-hajam!

 

 

 

CAFÉ DA MANHà

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 11:05
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Olá. Posso falar consigo sobre a sua tia Irmã Mar...
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