Keith Mallet – “Black is Black, Female” Siza Vieira – “Oscar Niemeyer”
Hoje, tem destaque a situação de Portugal no 43º lugar do ranking na ONU que mede o Desenvolvimento Humano em 187 países do mundo. O nosso, desde 2013, conserva a posição 43 neste ranking das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) - avalia a qualidade de vida com base em indicadores relacionados com saúde, educação e rendimentos.
No topo do índice, estão a Noruega, Austrália, Suíça, Holanda e EUA. No final, é flagrante o domínio por países africanos, como a Serra Leoa, o Chade, a República Centro-Africana, o Congo e o Níger. Portugal é o país menos desenvolvido da Comunidade Económica Europeia, todavia incluído nos mais desenvolvidos do mundo. Tenebrosa é a distância entre riqueza e pobreza extrema.
O documento prova existirem 1500 milhões de pessoas na miséria. Número que tende a diminuir pelo facto dos países nas funduras da lista evoluírem mais depressa do que os considerados desenvolvidos. Afortunada notícia.
Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós. Não está apenas em um de nós: está em todos nós. E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente, damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo. E conforme nos libertamos do nosso medo, a nossa presença, automaticamente, liberta os outros. [Nelson Mandela]
Álvaro Siza Vieira
É notícia a doação do acervo do arquiteto Siza Vieira a duas instituições portuguesas, Fundação Gulbenkian e Fundação de Serralves, e ao Centro Canadiano de Arquitetura. Palavras de Siza Vieira: _ “É meu desejo que o trabalho de tantos anos seja de algum modo útil, como contribuição para o estudo e debate sobre a arquitetura, particularmente em Portugal, numa perspetiva oposta ao isolamento, (como já hoje sucede e é imprescindível).”
Pelo que ouvi e li, a opção de um dos nossos arquitetos maiores, tenho-o como o primeiro entre estes, tem como base a qualidade e capacidade das instituições para desenvolver ou alargar os arquivos. A perspetiva é a abertura à consulta, divulgação e participação num debate que não apenas nacional nem centrado no individual. O Centro Canadiano de Arquitetura (CCA) em Montreal tem visibilidade como instituição de experiência e prestígio ímpares. Carateriza-o experiência na preservação e apresentação de arquivos.
A tendência de Portugal é piorar os seus indicadores e acredito mesmo que os dados fornecidos estão martelados. Desde que se inicio o processo de globalização comercial e, com a queda das pautas aduaneiras, as nossas pequenas e médias indústrias de mão-de-obra intensiva, foram caindo uma a uma por terra, dado a concorrência dos países do oriente ser impossível de rivalizar, com consequente desemprego e nova debandada para a imigração da população portuguesa. Apenas os países com indústrias de ponta, conseguem aguentar-se e, até melhorar, exportando os seus automóveis de luxo e maquinaria sofisticada. As finanças públicas já não conseguem suportar as despesas de saúde e assistência como até há pouco anos, por falta de colecta de impostos, despesismo estatal durante décadas em obras faraónicas e agora a extrema divida publica. Iremos sempre ser nivelados para baixo.
O Arq. Siza Viera, teve ideia de mestre ,como ele é, poupa nas suas despesas de arquivo morto e previne que ao seu espólio técnico/artistico não seja sujeito a alguma incúria após a sua morte.
A.Reis - Não conheço o suficiente a personalidade de Siza mas acredito piamente na informação que me prestou. Aliás, as suas informações são sempre fidedignas. Obrigada.
Não serão informações que a Céu Brojo possa rotular de fidedignas, pois não sou próximo ao tratado. Apenas me baseio em deduções lógicas e pessoais e também porque durante a minha vida profissional tive que lidar com arquivos da administração pública, alguns imensos e com documentação posta quase ao abandono. Tentei lutar contra a situação e na maior parte das vezes saí derrotado pelos altos responsáveis, dado os custos de manutenção que isso representa. Na vertente dos espólio artístico e cultural de pessoas falecidas, já tive conhecimento de episódios locais, em que os familiares dos falecidos atiraram para o contentor do lixo um numero indeterminado de obras musicais escritas por uma professora de piano e outro caso de um professor que também era arqueólogo e investigador em que os seus "papeis" foram "guardados" num vão de escada húmido e quando alguém indagou sobre o seu paradeiro, deram-se com a acervo todo podre e impossível de recuperar.