Augusto Cid
Desaparecimento de criminosos e crimes é connosco. Como diz o saudoso amigo de infância Carlos Fiolhais, as fugas da prisão de Coimbra são tantas que à porta devia existir uma agência de viagens. Aberta 24 sobre 24 horas, acrescento. Transferência para aquele estabelecimento presumo ser sonho de qualquer prisioneiro. Tal como aconteceu com o Solitário português, aquele que tremia e pedia desculpa no início de cada uma das vinte e nove proezas:
_ “Isto… queira desculpar, lamento, mas é um assalto.”
Depois, justificava o acto de forma comovente. Surripiava o que podia – no total cerca de 500 mil euros – enquanto lamentava a triste sina pessoal. Admira que os assaltados não se tenham condoído e quotizado para acrescentar a quantia roubada.
Os 15 mil crimes com armas de fogo volatilizados nas estatísticas oficiais de 2005 a 2009 seguem a nossa tradição de ‘se não sabes o que fazer com números desagradáveis, elimina-os’. O mesmo com os inscritos nos centros de emprego: 10 mil, de um mês para outro, levaram descaminho.
No domingo, meia tonelada de explosivos «voou» para lugar incerto. A segurança no paiol de Senhorim, nele estavam postados em sossego gelamonite e cordão detonante, falhou alegremente. Mais roubos houve; todavia, somente o incómodo do número alertou a PJ. Auxilia a Guardia Civil, não esteja envolvida a ETA.
Desconforto com números é produto tipicamente português. A desarmonia matemática, nacional chama olímpica, requer ícone à altura como o Galo de Barcelos.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros