Morte da Severa - autor que não foi possível identificar
Grácio Freitas – Amália, pop arte Grácio Freitas – Mariza, pop arte
Li: “Fernando Pessoa afirmou ao Diário de Notícias, em 1929, que “a canção é uma poesia ajudada” e, referindo-se ao fado, sobre o qual escreveu “Há uma música do povo”, o poeta disse que “não é alegre nem triste". "É um episódio de intervalo”.
“Domou-o a alma portuguesa, quando não existia, e desejava tudo sem ter força para o desejar”, acrescentou Pessoa, referindo que, "no fado, os Deuses regressam legítimos e longínquos".”
Soube: em Abril, é editado o novo álbum de Mariza. Um dos temas, “É ou não é”, foi originalmente interpretado por Amália Rodrigues e criado por Alberto Janes, um dos mais populares compositores portugueses das décadas de 1950 e 1960, autor de alguns dos fados mais conhecidos da nossa fadista maior. A letra mantém atualidade. Vejamos:
“É ou não é
Que o trabalho dignifica
É assim que nos explica
O rifão que nunca falha?
É ou não é
Que disto, toda a verdade,
Que só por dignidade
No mundo, ninguém trabalha!
É ou não é
Que o povo diz que não,
Que o nariz não é feição
Seja grande ou delicado?
No meio da cara
Tem por força que se ver,
Mesmo até eu não meter
Aonde não é chamado!
Digam lá se assim ou não é?
Ai, não, não é!
Digam lá se assim ou não é?
Ai, não, não é! Pois é!
É ou não é
Que um velho que à rua saia
Pensa, ao ver a minissaia:
Este mundo está perdido?!
Mas se voltasse
Agora a ser rapazote
Acharia que saiote
É muitíssimo comprido?
É ou não é
Bondosa a humanidade
Todos sabem que a bondade
É que faz ganhar o céu?
Mas na verdade, não
Lá sem salamaleque,
Eu tive que aprender
É que ai de mim se não for eu!
Proponho: ouvir as interpretações de Amália Rodrigues e de Mariza do “É ou não é”.
CAFÉ DA MANHÃ
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