Legendas de cima para baixo e da esquerda para a direita:
- Ao ser inaugurada, a estação possuía apenas dois andares.
- A chegada do professor de Economia, Josiah Stamp, presidente da London School of Economics, em 1935.
- Descarga de batatas para abastecer as mercearias de Lisboa, 1943.
- A estação de Santa Apolónia foi ponto de partida e chegada de emigrantes, nos anos 70.
- Imagem que nos mostra emigrantes, no início da década de 70.
- No dia da revolução dos cravos. 25 de abril de 1974, final de tarde.
- Uma multidão esperava Mário Soares.
- Fachada em 1998.
- Fachada atual.
- Chegada da seleção argentina de basquetebol na primavera de 1955.
A Estação de Santa Apolónia em Lisboa completou 150 anos no dia inaugural de maio. Foi a primeira estação de comboios portuguesa. Desta estação, inaugurada a 1 de maio de 1865, no reinado de D. Luís I, “partem diariamente 75 comboios da CP (Alfa Pendular, Intercidades, Inter-regional, Regional e Urbanos) e chegam outros tantos”, realça a Rede Ferroviária Nacional (Refer) à agência Lusa. É também na Estação de Santa Apolónia que têm início e fim os comboios internacionais Sud Expresso (ligação a Paris) e Lusitânia (ligação a Madrid).
A fachada principal, simétrica, apresenta-se do estilo neoclássico, como pode ser comprovado pela decoração das sacadas, pelo frontão e arquitrave, os arcos de volta perfeita e a saliência no módulo principal. A nave da estação tem 117 metros de comprimento, 24,60 metros de largura e uma altura máxima de 13 metros. Os materiais utilizados na sua construção foram alvenaria de tijolo, cantaria de calcário, ferro forjado, madeira (pinho) e vidro.
O projeto para a construção de uma estação entre a Praia dos Algarves e a Rua Direita do Caes dos Soldados, aproveitando o antigo Convento de Santa Apolónia, para servir a ligação por caminho-de-ferro de Lisboa ao norte do país e a Espanha e França, foi aprovado em 1862. Em 1856 tinha-se realizado a primeira viagem de comboio em Portugal, entre Lisboa (a partir de um cais improvisado perto da atual estação) e o Carregado, e havia projetos do ministro Fontes Pereira de Melo para expandir o caminho-de-ferro pelo país.
A autoria do projeto original da Estação do Caes dos Soldados, como então se lhe chamou, coube ao Engenheiro Angel Arribas Ugarte, ao Engenheiro Diretor João Evangelista Abreu e ao Engenheiro Chefe Lecrenier. A construção coube à empresa do engenheiro francês C.A. Oppermann, diretor da publicação de engenharia “Nouvelles Annales de la Construction”, e foi dirigida pelo engenheiro Agnés, tendo as diferentes partes que compõem o edifício sido subcontratadas a diversos construtores. Custou na altura 255.164$000 réis, o equivalente a pouco mais de 255 escudos (1,27 euros).
O edifício, encomendado pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, tinha “cocheira para 22 carruagens”, salas de espera de 1.ª, 2.ª e 3.ª classes, e salas do chefe de estação, “dos botequins e casa de pasto”, além de ser iluminado por 143 candeeiros a gás, de acordo com uma descrição no “Archivo Pittoresco Semanario Illustrado”, publicação lisboeta da época. A estação – que é um lugar central no fim trágico do romance Os Maias, de Eça de Queirós – foi sofrendo alterações ao longo dos tempos.
“Ao edifício foi acrescentado um andar superior e construída a avenida Infante D. Henrique. Foram criados parques de estacionamento para automóveis particulares, táxis e paragens de elétricos. (…) Os cais de embarque foram prolongados e alargados, procedeu-se à iluminação de toda a gare, dotou-se o edifício com o serviço de bar, salas de espera, depósito de volumes, vendas de jornais e um sistema de informação ao público”.
A 17 de novembro de 1873, foi inaugurada a chamada linha de “Americanos” com “carruagens de Nova Iorque, puxadas por mulas brasileiras” como terá dito Ramalho Ortigão. A linha unia Santa Apolónia à atual Avenida 24 de Julho, anteriormente conhecida como o aterro da Boavista, passando por Santos. Foram elogiadas as novas carruagens: “são muito espaçosas, com assentos para 22 pessoas, mas podem transportar em pé, aos lados do condutor e do cocheiro, mais 12 passageiros”.
No dia 19 de maio de 1886 a princesa Maria Amélia de Orleães chegou pelas 17h00 à estação de Santa Apolónia vinda de Paris. Aquela que se iria tornar na Rainha D. Amélia de Portugal chegou acompanhada pela família e pelo numeroso séquito. Rumou a Lisboa para celebrar a boda de casamento com o príncipe D. Carlos de Bragança na Igreja de Santa Justa a 22 de maio. Depois da chegada da princesa todos almoçaram na histórica estação.
Nota – Fontes: esta e esta outra.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros