Autor que não foi possível identificar, Ossi Hiekkala
“Dos fracos não reza a história”. Injusto e baralhado dito por não valorizar os comedidos e resistentes, por confundir fortes e arrogantes, fracos com medrosos, estes como sacos ambulantes de terrores e dúvidas sistemáticas nos outros e nos amanhãs. O ideal seria personalidade sólida temperada pela contenção. Identificamo-nos com os fortes, mas quão inseguros e perdidos e receosos e tímidos nos sabemos... Rejeitamos a fraqueza, porém é a comum inspiração dos comportamentos. Somos mistura de força e fragilidade. Como uma pedra de sal - poderosa nas ligações eléctricas que a unem, fracturada à mais leve tracção.
Na pujança dos castelos, gentes procuravam-nos como abrigo; sob as fundações encontravam refúgio, enquanto outros cumpriam penas nas masmorras negras. Das ameias, era abarcado o horizonte e feita vigilância que atemorizasse agressores; por ali, defesa e ataque. Duas portas ligavam o castelo ao exterior: a principal, vigiada e porventura servida por ponte levadiça, a segunda tradicionalmente conhecida pela «da traição». Dissimulada, fácil de proteger; todavia vulnerável - bastava um espião ou traidores dentro do castelo na posse da chave adequada. E quem somos perante a encastelada personalidade construída, senão espiões e traidores do «ser» à custa de artimanhas várias? Bem podemos julgar-nos, zelosamente, protegidos de ferimentos que nos auto-infligimos. É mentira!
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros