Devia, talvez não ao atentar nas razões, celebrar o primeiro registo de inflação negativa desde que as estatísticas servem a Zona Euro. Ontem divulgado, é oposto ao pico de 4% atingido no Verão de 2008. Soa a incompreensão económica, mas prefiro este àquele. A mancha do desemprego e o vírus da deflação impedem-me de erguer bandeira no mastro da alegria. Junto aviões Airbus caindo como tordos nos oceanos e o bicharoco minúsculo da gripe A que multiplica enfermos e mortes. E a cidadã enjeita desfraldar contentamento perante sociedades que sofrem.
Esconjurando a lamúria, surgiram inquietudes:
_ Continuarão os portugueses “Bravos do Pelotão” a escolher destinos de férias onde a maleita crassa? Lugares onde espirro do ajudante de cozinha põe navio de cruzeiro em quarentena?
_ Viajar num Airbus assusta?
Vem aí a lista negra das companhias de aviação mundiais. Porque não existem duas sem três, nem quatro sem o cinco ser possível, tomar assento num avião, enfiado entre passageiros que tossem e espirram e respiram colados, mais a desconjunção da segurança aérea faz crescer a taxa da desconfiança. Ora, desta havia que chegasse.
Antevejo as primeiras férias de estio que aproximam remediados e abastados sem avião a jacto particular. Vão para as santas terrinhas, casas segundas, para o Algarve e procuram destinos dentro. Os autarcas podem, legitimamente, esperar enchentes nas romarias. Ganham os feirantes e os artistas nacionais. Os talhantes à conta dos churrascos. Saem menos divisas. Exportaremos menos discussões das conjugalidades cansadas.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros