Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014

PINUP, REVOLUÇÃO CULTURAL, AL MOORE

   

Al Moore, “Esquire Girl Calendar” (1951)                                                                                  Al Moore, “Perfumer's Daughter” (1953)

 

Após a Segunda Guerra Mundial, o estilo pinup gerou nova forma de publicidade. Foi possível colocar uma jovem atraente a vender cigarros ou passagens aéreas com uma piscadela de olho e um sorriso. Parte do fascínio e apelo da modelo pinup foi a sensibilidade de Al Moore a tornar “girl next door” - as mulheres queriam imitá-la, enquanto os homens aspiravam a «maluquices» com ela e poderem levá-la sem receio a casa da mãe. “Artistas Pinup” como George Petty e Alberto Vargas tinham como modelos mulheres glamourosas e sedutoras, quase deusas inatingíveis. Quando em 1946, Al Moore substitui Vargas na revista masculina “Esquire”, as suas pinup mais realistas foram tiro certeiro nas atenções gerais. 

 

O caminho de Moore enquanto artista plástico não foi convencional. Crescido em Illinois, frequentou a Universidade de Northwestern, a Academia de Arte de Chicago e o Instituto de Artes antes de se mudar para Nova Iorque. Durante uma temporada na década de 1930, jogou futebol nos Chicago Bears. Quem poderia prever que o “boy next door” americano seria lembrado até hoje?

 

       

 

Antes da Segunda Guerra Mundial, Moore ilustrou várias campanhas publicitárias com a finalidade de ajudar o esforço de guerra. Após a guerra, Moore focou-se na arte pinup e a “Esquire” foi rápida em notá-lo. O estilo/assinatura de Moore - sorriso tímido e encoberto o suficiente - foram um sucesso. Acabara de criar a "Garota Esquire". Passou a ilustrar calendários, enquanto trabalhava para a revista. As pinup de Moore eram divertidas, marotas e, de imediato, foram combustível para fantasias masculinas. Nos calendários mensais da “Esquire, apresentava sempre uma modelo nova, captando a sexualidade nascente do tempo. Os seus trabalhos foram e são objeto de interesse pelos colecionadores.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 11:34
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Sábado, 27 de Julho de 2013

FÉRIAS E AL MOORE - "ESQUIRE GIRL CALENDAR"

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:40
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Sábado, 22 de Outubro de 2011

SENHORA/PUTA

Al Moore

 

Há muito tomou assento no lugares-comuns sociais a ideal combinação senhora/puta, respeitados que sejam os locais convencionados: a primeira à mesa, a segunda na cama. Ora, este é conceito tacanho, remetendo para o tempo das delicadas essências senhoris por oposição ao fedor encorpado na meretriz de rua. Hoje, olfacto e visão falham como juízes quando damas de aluguer adoptam postura de senhora. Ou o contrário para as misteriosas "belle de jour".

As putas genuínas, as que no trottoir têm lugar marcado ou andante, perderam algum do exotismo que lhes adivinha da boçalidade dos gestos e excentricidade do visual. Lêem, por ora, revistas cor-de-rosa, copiam as calças, cabelo, postura e maquilhagem da Cinha Jardim. Quem as vir tomará como certo que os lusos supermercados do sexo não descuram embalagens ou certificações. Problema: como no demais que é nosso, atamanca-se o fundamental por ausência de fundos ou pachorra ou incapacidade e apura-se a caiadela que o velho fará luzir como novo. Um despacho.

 

Desde há séculos, a moral hipócrita transmitida de geração em geração maldizia os apetites sensuais e o gozo do corpo. Mais grave na tabela dos pecados se feminino. Meninas educadas para a modéstia, castidade até ao casamento e, daí em diante, sempre com o objectivo da procriação. Importante: não esquecer Ave-Maria antes, Pai Nosso depois ou qualquer reza equivalente. Como fosse imolação.

Voltando às putas senhoras e às senhoras putas. Mulher que é mulher não confundiu educação e diploma académico com peça de enxoval. Ginasticou o intelecto, apurou polimento sem esquecer regar a lascívia no íntimo jardim dos prazeres. «Putices» ou não. E quando mulher assim caminha, inebriada pelos sensuais apelos dos canteiros onde frui delícias, não cuida de dissecar com pinça e bisturi a proveniência dos desvelos sexuais a que se entrega. Ondulando no desejo, os suspiros e a fala dura nos tais momentos de ascensão directa aos céus, serão, classicamente, impulsos de rameiras? Inerentes à mulher via herança da mãe natura? Degenerescência civilizacional? Aprendidos na feitura de delicados bordados em ‘ponto pé de flor’ é que não.

 

Nota: devo aos colaboradores Veneno C., Acuçar C. e Cão do Nilo os três vídeos sobre o assassinato de Muammar Abu Minyar al-Gaddafi publicados hoje no 'Café da Manhã' de ontem.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Sugestão de Veneno C.

 

publicado por Maria Brojo às 07:12
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Segunda-feira, 13 de Junho de 2011

“INTELECTUAIS” E “ANIMADINHOS”

Al Moore

 

Na noite das sardinhas em sua base de broa e centeio ou de sucedâneos «marados», na noite dos balões folclóricos com fado nas esconsas ruelas, lembro o suplemento da Sábado desta semana que sugeria roteiro para” intelectuais” e “animadinhos”. Um mimo, não se desse o caso dos intelectos sem «ais» e dos animados sem «inhos», deambularem noutras paragens, quiçá ao redor de grelhador na varanda para 'darem uma' de “jantar fora”.

 

A vossa Teresa C. odeia convenções do calendário e outras – vezes há em que cede, outras em que não liga ao dia tantos de tal. Por não ter sido convidada para manear as ancas à frente ou no meio duma qualquer marcha, celebrou anteontem em terras dos últimos mouros em Portugal noite louca com balões e fado vadio. Avezou-se. Para que são precisas colinas e holofotes tantos nos sítios costumados quando o António Santo está em qualquer lugar?

 

De volta à urbe capital, vem dourada sem ter passado pelo número de lagarta ao Sol. Caminhou, fez paragem na praia dos pescadores, refrescou entranhas com bebida gelada, partiu um copo e um prato - mania de receber a direito os «UVs» e preservar na sombra o copo ao alcance do cotovelo, de «comiscar» quase dormida e esticar o corpo até onde permite o XL do sommier. Os hospedeiros perdoaram estragos. Bem hajam.  

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:32
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Quinta-feira, 6 de Janeiro de 2011

VUVUZELA E DANÇA DO CRÉU

Al Moore

 

Após saber que a palavra ‘vuvuzela’ foi ganhadora na Diciopédia, em 2010, deixando para trás o ‘desemprego’, o SPNI está precisado de frivolidade, mulher nua, ou pouco vestida, ou mal despida, tanto faz. Uma que alinhe na dança do créu, considerada a mãe do strip-tease. Em Trafalgar, sem temerem o frio, juntaram-se muitas e tentaram bater recorde na maior dança burlesca do mundo. Pela coragem  e resistência, destaque merecido, pois então!

 

TISANA DA TARDE

  

 

publicado por Maria Brojo às 17:45
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Terça-feira, 30 de Novembro de 2010

ELES CAEM, ELAS SOBEM

Al Moore

 

Não aqui nesta Lisboa cinzenta e fria para peles que geadas não enrijaram. Mas caem nas regiões altaneiras do meio para cima de Portugal. Cristais brancos de água, sólidos porque as moléculas estruturam regularmente nós de redes em anéis, são os farrapos brancos que fogem dos céus plúmbeos, depois branco cerrado e luminoso enquanto a neve cai. No ‘ai que isto vai a pior’, escolas anteciparam o fecho e enviaram, em segurança, a criançada para casa. Seja o borralho de brasas ou sob a forma geométrica de termoventiladores e condicionados, acolhe e sabe bem a cada um da família que, aos poucos, reuniu.

 

Talvez amanhã, o hoje de quem lê, estradas interrompidas por gelos dificultem rituais. Faltam limpa-neves que conservem estradas desimpedidas num país brando em frialdagens, em lareiras onde mal fervem nas panelas de ferro contestações sem extravasarem as bordas. Evaporado o solvente de sobra, geram caldo morno, excepto para quem o consome devido à precisão; mais parece água chilra com couves sobrenadantes do que sopa de substância. Falta o naco de carne ou de chouriço de vinho, o feijão encarnado, abóbora em pedaços que lastram o estômago e não envergonham quem, hospitaleiro, convida: _ Venha p'ra tigela de sopa connosco!

 

Indiferentes, os flocos caem, as indignações sobem não passando do limite feito de telhas encarreiradas. Engolidas com o caldo de nada e o cozido de coisa nenhuma. As indignações, porque o telhado resiste. Até um dia. Até ver.

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

publicado por Maria Brojo às 06:23
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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010

OSSOS COM SOBEJOS PODRES

Al Moore

 

Povo em causa. O nosso. Compassivo por mais haver para tratar, olha de soslaio os ecrãs. Cansado pela jornada e pela exiguidade da jorna. Entediado pelo mais do mesmo que lhe interrompe o caldo quente. Sem convite, entram no lar - suposto doce para quem preza ditos populares -  estafas além das contas sempre de subtrair. Porque os miúdos esgotam a esborrachada paciência, preferido olhar pasmo ou bovino. Raramente, crítico. Independente não é espera.

 

Osso por largar, a vergonhosa actuação de alguns jornalistas e lobbies. Vendem notícias na superlativa (directa seria lucro desinteressante) proporção da curiosidade grangeada. Como entretém ou fuga dos T2 e 3 onde os vizinhos são fantasmas e nem mexericos vazam das paredes, o povo compra. Boceja depois. Exaurido, excluído, extremado pela dureza do 'dia sim, dia sim'. Começa por rosnar “basta!” doméstico. No trabalho, prolonga-o em conversas de intervalo. Farto de lhe impingirem ossos com sobejos de carne podre que pouco mais oferecem para roer.

 

A má imprensa comporta-se como incompetente patroa de bordel: distribui «meninas» sem, num lance, avaliar o perfil do cliente; pelos brilhos de aluguer, esborrata pintura nas ofertas; diminui a variedade do stock; esquece a qualidade da «montra» que preserva o freguês.

 

No hoje e no horizonte curto, os que se julgam poderosos balançam em arame feito de esperanças equilibristas. Até um dia.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 06:40
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Quarta-feira, 1 de Julho de 2009

DOWNSTAIRS, UPSTAIRS


Al Moore

 

Devia, talvez não ao atentar nas razões, celebrar o primeiro registo de inflação negativa desde que as estatísticas servem a Zona Euro. Ontem divulgado, é oposto ao pico de 4% atingido no Verão de 2008. Soa a incompreensão económica, mas prefiro este àquele. A mancha do desemprego e o vírus da deflação impedem-me de erguer bandeira no mastro da alegria. Junto aviões Airbus caindo como tordos nos oceanos e o bicharoco minúsculo da gripe A que multiplica enfermos e mortes. E a cidadã enjeita desfraldar contentamento perante sociedades que sofrem.

 

Esconjurando a lamúria, surgiram inquietudes:
_ Continuarão os portugueses “Bravos do Pelotão” a escolher destinos de férias onde a maleita crassa? Lugares onde espirro do ajudante de cozinha põe navio de cruzeiro em quarentena?
_ Viajar num Airbus assusta?

 

Vem aí a lista negra das companhias de aviação mundiais. Porque não existem duas sem três, nem quatro sem o cinco ser possível, tomar assento num avião, enfiado entre passageiros que tossem e espirram e respiram colados, mais a desconjunção da segurança aérea faz crescer a taxa da desconfiança. Ora, desta havia que chegasse.

 

Antevejo as primeiras férias de estio que aproximam remediados e abastados sem avião a jacto particular. Vão para as santas terrinhas, casas segundas, para o Algarve e procuram destinos dentro. Os autarcas podem, legitimamente, esperar enchentes nas romarias. Ganham os feirantes e os artistas nacionais. Os talhantes à conta dos churrascos. Saem menos divisas. Exportaremos menos discussões das conjugalidades cansadas.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 07:29
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