Quinta-feira, 5 de Março de 2015

DE BONÉ ÀS AVESSAS

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Maria Picassó

 

 

Se o mundo fosse uma sala de aula, a Espanha e a Itália seriam as meninas tagarelas «tasse bem», a França a aluna coquette, a China a marrona sem ajuda cujo sucesso só o sacrifício explica. O Japão dava para «cromo» sentado na primeira fila, a Inglaterra para o snobe de serviço. A Alemanha cumpriria o papel do disciplinado exemplar, mochila pejada de manuais, encostado á porta da sala de aula antes do toque da campainha. O Irão não engana: aluno metido consigo e de olhar arrevesado. Em todas as turmas há o gorducho pateta e rico, os EUA, claro!, os meninos pobrezinhos com direito a merenda à borla e a livros em segunda mão, da África, no caso. O grupo dos rufias dados a fanar o alheio e a fumaças proibidas seria da América Latina, os de Leste já foram os remediados com roupa de marca comprada na candonga.

 

 

 

Não há classe sem alunos mandriões de boné às avessas que gozam os atentos e recebem as más notas mascando chicletes num riso descarado, sem perderem o ar gingão. Não desligam o telemóvel, menos ainda nos testes - iam lá perder a cara zonza da professora que os apanha a receberem por ‘sms’ as respostas às perguntas? Não fazem trabalhos de casa, faltam às aulas para fintas e danças com a bola em que são exímios, curtem com as colegas que desviam para o shopping e partilham as «bejecas». Chegam atrasados às aulas de História e, por isso, repetem erros antigos. Medíocres em Matemática, nunca acertam as contas internas com as externas e das línguas estrangeiras aprendem o mínimo que desenrasque turista e engate miúdas. Uma vergonha de alunos! Porém, no papel de papagaios de boatos e anedotas que ridicularizem os outros não há pai para eles. Estes somos nós.

 

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 12:13
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Terça-feira, 10 de Fevereiro de 2015

A GRÉCIA TEM DE FALHAR

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  1. Schadenfreude: a alegria de ver o outro tramar-se. A palavra é alemã (todas as palavras exactas são alemãs ou, se não são, deviam sê-lo) mas o sentimento é português. Ou melhor, não é português, porque os portugueses estão divididos. Há os que acham bem que a Grécia «leve uma ripada que é para aprenderem», aos quais eu chamaria, com carinho, os fachos; e há os que desejam que esta revolta dê resultado (os comunas). Na verdade, é óbvio que nem uns são «fachos» nem outros são «comunas», trata-se de uma simplificação abusiva. Só que, em tempos de crise, é fatal como o destino as posições extremarem-se. Sobretudo nesta crise, que não deixa espaço ao meio e nos empurra a todos para um lado ou para o outro.

 

 

 

  1. Por facho eu entendo aquela adesão sensata (com uma sensatez muito “masculina”) à lógica dos ai-aguenta-aguenta, dos não-há-dinheiro, da adesão automática às “leis do mercado” e à nova ordem económica. O comuna… quantos de nós não temos uma sensação de déjà vu com esta revolta grega? Houve no século XIX uma coisa chamada Comuna de Paris e foi sumariamente esmagada, não é? Ah, pois é.

 

 

  1. Devo ter sido dos poucos que não se indignou com a metáfora do meu colega José Rodrigues dos Santos quando, no exercício da sua outra profissão, disse que isto agora na Grécia era um pouco como os pinguins: um caiu ao mar e os outros ficam a ver o que lhe acontece, se é ou não comido por uma foca-tigre. Porque acho que, com esta imagem, ele não estava a gozar com os gregos mas sim a criticar os portugueses. Se o fez com intenção já não sei, mas o que disse é acertado: nós, portugueses, somos mesmo os pinguins que, cautelosamente, ficam a olhar se a foca-tigre estraçalha a Grécia. Uns pinguins-formiga, se quiserem.

 

 

 

  1. E, infelizmente, aqui o facho-amante-de focas-tigre-que-há-em-mim diz-me ao ouvido que o Syriza tem de falhar. Só pode. Porque a foca-tigre não tem alternativa senão punir exemplarmente o atrevimento, para os outros pinguins ganharem juízo e aprenderem de vez a ficar quietinhos. Ou já a cigarra-pinguim tem catarro? Imagine-se que o novo governo grego tem sucesso. Seria uma tragédia. Com que cara ficariam o FMI, a Troika, a Alemanha, as privatizações a martelo, os sucessivos apoios à banca-coitadita, o BES, o BPN, o comissário europeu Carlos Moedas, o saudoso Gaspar? E isso, sei-o porque não nasci ontem, não é tolerável. A princípio, acredito genuinamente que nem haverá grandes sabotagens. Os fãs da foca-tigre acreditam mesmo que o Syriza vai ser incompetente. Mas supondo que os gregos até conseguem pôr o barco a navegar, aí o jogo será a sério. E será contra gente que não gosta de perder, nem a feijões.

 

 

  1. A Grécia tem de falhar. A bem da realidade. Qual realidade, perguntareis. Ora bem, a única realidade homologada pelas melhores marcas de máquinas. Aquela onde a destruição do tecido social e da Europa social-democrata é a única opção possível. E, ah, sensata.

 

Rui Kink

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Domingo, 28 de Dezembro de 2014

AS FOTOGRAFIAS MAIS ESTRANHAS DE 2014 (II)

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Uma modelo desfila uma criação dos designers indonésios Daniel Mananta e Nowela Mikhelia, durante a Semana da Moda em Jacarta.

 

Os membros da tripulação da companhia doméstica chinesa Lucky Air puderam vestir-se a rigor para o Dia das Bruxas.

 

 

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O presidente dos EUA Barack Obama cumprimenta um homem com uma máscara de cavalo em Denver.

 

 

Uma vaca é preparada para participar no concurso de beleza "Miss Milk Cow", no Vietname. Entre os critérios para a eleição estão um bom dorso, pernas altas e a capacidade de dar muito leite.

 

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Em Belo Horizonte, um original varredor de ruas e fã da seleção nacional do Brasil posa para a fotografia durante o Campeonato do Mundo.

 

Corretor "cumprimenta" um pinguim na bolsa de Nova Iorque. Por ocasião do seu 50º aniversário, o Sea World teve a honra de tocar o sino de fecho.

 

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Três amigos decidiram criar uma casa ao contrário em Affoldern, na Alemanha. O projeto demorou seis semanas e custou 200 mil euros. E não se esqueceram de fazer uma casa para pássaros a combinar.

 

 

Em abril, cerca de 40 equilibristas tentaram atravessar um canal em Bruxelas durante uma performance.

 

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Membros da companhia IUNA Ballet ensaiam o seu espetáculo "Dressed by grace" numa praça em Buenos Aires.

 

 

Em Amesterdão, foi possível este ano ver um filme no cinema mas dentro de uma banheira cheia de água quente.

 

 

Nota - esta foi a fonte.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 00:02
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Domingo, 7 de Dezembro de 2014

ALDEIAS ONDE APETECE VIVER

 

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Os telhados verdes das casas nas Ilhas Faroé (Wik

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O panorama de uma aldeia na Sérvia                                                  Os telhados verdes das casas nas Ilhas Faroé.

 

Vibrantes ou de uma só cor, aldeias que parecem paisagens ficcionadas.

 

 

Complexo de casas onde moram freiras, no Tibete (S

Uma aldeia na ilha Kastellorizo, na Grécia (Hercu

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Casas onde moram freiras, no Tibete                                                  Aldeia na ilha Kastellorizo, Grécia

 

Esta é uma pequena "volta ao mundo”.

 

 

Uma pequena aldeia no Monte Fuji, no Japão .jpg

Em Riomaggiore, Itália, são as cores vibrantes q

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pequena aldeia no Monte Fuji, no Japão                                                 Em Riomaggiore, Itália, são as cores vibrantes que sobressaem

 

Imagens únicas. Exemplos perfeitos de locais apetecíveis.

 

Dizem que é a aldeia mais bonita da Noruega, Rein

Esta fica nos Alpes, em Grindelwald, Suíça.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dizem ser a aldeia mais bonita da Noruega, Reine                                     Esta fica nos Alpes, em Grindelwald, Suíça

 

De dia ou de noite. Iluminadas pelo sol ou pelas cores das fachadas nas paredes.

 

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A aldeia Abi Barak, no Afeganistão                                                       A aldeia Igloo, na Alemanha

 

No meio do nada ou no meio de tudo.

 

 

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Uma visão noturna da aldeia Myggedalenillage, na

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na costa escocesa, Pennan, Scotland                                                     Visão noturna da aldeia Myggedalenillage, na Gronelândia

 

Aldeias "locais/postais" que vale a pena espreitar.

 

 

Nota – Esta é a fonte das imagens e do texto.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014

COMO DE UM METEORO NASCEU CIDADE

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Sauveur Le Conte - The Battle of Nordlingen

 

 

“Nördlingen, na Alemanha, foi construída na cratera resultante do impacto de um meteoro, que se deu há 14 milhões de anos.

 

 

As primeiras referências à cidade alemã da Baviera são de 989. Foi palco de duas batalhas durante a Guerra dos 30 anos, mas a história da região já era especial muito antes disso: a cidade foi construída dentro de uma cratera criada pelo impacto de um meteoro, há cerca de 14 milhões de anos.

 

 

Os edifícios de pedra da cidade contêm milhões de pequenos diamantes, com uma média de 0,2 milímetros de espessura. São o resultado da força do impacto do meteoro de cerca de 1,5 quilómetros de diâmetro num depósito de grafite.

 

 

As características no terreno são tão particulares que as equipas das missões Apollo fizeram visitas de estudo ao local, para aprenderem a reconhecer o tipo de rochas que se formam numa cratera de impacto.”

 

 

Nota – O texto foi retirado daqui onde é possível visualizar imagens atuais da cidade.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

publicado por Maria Brojo às 10:23
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Terça-feira, 8 de Novembro de 2011

FUNDILHOS E BEIÇOS DE SOLA

Magritte e autor que não foi possível identificar

 

A Deloitte apresentou conclusões dum estudo sobre o valor previsível gasto por família em cada país da Zona Euro. Dos países constantes da análise, a Irlanda encabeça o rol, Portugal ocupa o meio da tabela, acima da Alemanha e com a Holanda em último lugar. A diminuição de 8% nos gastos quando comparada com a do ano anterior discorda do pessimismo e das reais condições económicas dos portugueses. Poder-se-á afirmar continuarmos despesistas - os que podem e são menos a cada dia - não hesitando em das magras bolsas alargar os cordões ao chegar o tempo natalício. Poder-se-á argumentar serem os países latinos predominantemente católicos e a festa do aniversário de Cristo a principal no calendário do catolicismo.

 

Se até há um ano os cartões custeavam excessos que em Janeiro seriam pagos e faziam do mês primeiro o mais pindérico dos doze, hoje, já os fundilhos foram virados ao contrário em busca de alguma moeda esquecida. Metade do subsídio de Natal mal chega para atrasados em dívida, para as peúgas destinadas ao avô, quanto mais para os ténis novos que faltam ao Joãozinho, cansado dos que diariamente calça e têm beiços da «sola» à vista. Mas não! Segundo a Deloitte, parece que o Joãozinho terá os ténis cobiçados, a Carlinha nova ‘barbie’, a tia Arminda o vistoso arranjo floral em garantido plástico que enfeita a montra do «chinês» próximo e nela faz um vistaço.

 

Ora, pensava esta escrevinhadora que neste annus horribilis pontificaria na mesa o bacalhau com todos, rabanadas caseiras e pouco mais; os presentes seriam sorrisos e gestos de afecto significativos como constitui um postal escrito com a alma nas palavras, lembranças para a criançada. Conjectura por tomar como bastante a ternura e o pensar amorosamente naqueles que nos enchem o coração. Havendo fundos extra, contribuir para ajudar família ou obra carenciada. Curto e simples: um Natal como os anteriores deviam ter sido. Deviam, mas não foram e participo do mea culpa. A verdade é que os portugueses aos quais ainda não falta pão e emprego optam por gozo à fartazana, mesmo que Janeiro e seguintes sejam enxaqueca continuada.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 10:18
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Quarta-feira, 25 de Maio de 2011

A PROVA DO IMPROVÁVEL

Mati Klarwein

 

A Bélgica prova o improvável: desde há um ano, vive de modo relativamente tranquilo sem primeiro-ministro ao comando. Dedução imediatista: as redes políticas tradicionais são dispensáveis para os cidadãos ainda que repartidos por regiões e línguas – flamengo, francês e o minoritário alemão. As estruturas hierárquicas funcionam por si próprias, uma vez que Sua Majestade, o rei, apenas acumula postura decorativa com funções extremamente limitadas de Chefe de Estado. Não pinta, nem manda no essencial.

 

Todavia, a realidade vai além. Na ausência de entendimento entre os partidos mais votados para formação de governo, por tal omissas reformas internas, a dívida belga cresce sem parança – o terceiro país mais endividado da Europa, ocupando a Grécia lugar cimeiro. Maçada que aos belgas aflige sem que o quotidiano reflicta angústia existencial.

 

Lembrando ter a Bélgica participado de modo determinante na fundação da Europa Unida e nela hospedar sede da Comunidade, adivinho sinal que preside ao futuro dos vinte e sete e à organização política do mundo. Sem bola de cristal é tentador deduzir que estando o Reino Unido nas lonas, a Alemanha em desnorte eleitoral, a Itália entalada em dívidas vultuosas, a França como é sabido, ou o Durão se revela duro de roer e engendra arca de Noé que a Europa salve do naufrágio, ou, caso contrário, o mundo económico-financeiro como o conhecemos desaparece num ápice. Alguns dos centros poderosos deslocar-se-ão para outros países/leme: China, Japão, quiçá a Austrália no hemisfério Sul. O Brasil, a continuar o deslumbre pelo acesso fácil ao dinheiro de plástico, não tarda, regredirá - os europeus fizeram o mesmo e deu no que deu.

 

Ciclo da humanidade a cujo dealbar assistimos. Talvez fim das democracias ocidentais, talvez princípio duma nova ordem mundial.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Belgas, pois então!

 

publicado por Maria Brojo às 07:10
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