Wolfgang Lettl
Frase corriqueira: nem tudo o que é novo é bom e nem sempre a tradição mais ordena. Vem a banalidade a propósito desta campanha eleitoral que hoje se fina não sem antes os candidatos e forças de apoio exalarem dramáticos e últimos suspiros.
Revendo a influência da decisão tomada pelas televisões e rádios de impedirem que caísse no almoço ou janta o fastio do débito de rosários para mentecapto engolir, teimo no aplauso inicial à sentença dos mandantes noticiosos. Estas duas semanas, foram um sossego pela omissão de ataques virulentos ao intelecto dos cidadãos. Via líderes partidários, houve a grandiloquência costumada mas refreada sobre o “estado da nação”, parlatório apressado nas feiras que ainda falta visita às quintas dos arredores, porta-a-porta nos montes e serras onde, até agora, os mandões jamais tinham posto os pés. Os partidos com fundos substantivos tiveram inúmeras carrinhas de propaganda, os pobretanas remediaram-se com uma ou apenas com muita imaginação.
Não sendo politóloga nem especialista em projeções dos resultados, atrevo afirmação: no domingo, o mapa de votos será o mais fiável de sempre. Fundamentar-se-á no sentir feito da triste experiência que anos recentes impuseram – nestes, incluo mais do que aqueles onde soaram passos de Coelho. A tradição individual terá o peso costumeiro: se o cidadão sempre votou, irá fazê-lo; se nada jamais o demoveu de cruz no mesmo partido, irá constar no boletim de voto; se escolhe em consciência sem fezadas de apostador, assim será.
Amanhã, reflexão – esta só para rir! -, domingo, votação dependente também do humor dos deuses: trovoada, chuvada ou «soalheirada» será o voto celeste.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros