Moleskine - autor que não foi possível identificar
Conta anos, a desistência da listagem de mudanças pessoais para o novo ano. Escrita com letra miúda em blocos pequenos e modestos com linhas. Generalizada a Moleskine em 1997, a dos cantos arredondados e elástico, uso para outros fins – anotações ocasionais de leituras, de filmes, do filme que a vida é. Nada de pensares grandiloquentes como os de Vincent Van Gogh, Pablo Picasso, Ernest Hemingway, Bruce Chatwin e outros desde par de séculos atrás para diante.
Sem desmentido a graça duma Renée Zellweger no “Diário de Bridget Jones” ao alinhar, descabelada no íntimo e em vésperas de Ano Novo, projetos que dela fariam, supunha, mulher ideal segundo estereótipos sociais, para um Daniel Cleaver mulherengo, manipulador, para um Darcy formatado e sobranceiro. A desistência pessoal do rol aconteceu nessa altura. De tão ridícula a falência do ser perante comandos alheios, guardados foram os blocos e as listas dos bons propósitos anuais. Trocadas por críticas diárias. Com vantagem: o futuro é daqui a minutos, o amanhã começa agora. No tempo da resolução, desinteressante antecipar Darcy como romântico de arroubos apaixonados que aceitava a insegura Bridget tal qual.
Projetos de Ano Novo?
_ Sim. Um só: economizar parte da renda mensal para ajustar contas com o fisco lá p’rós fins de 2013.
No resto?
_ Recusar cristalização.
Este, antigo, sem merecimento para figurar aqui. Por isto, atrás escrito: “um só”.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros