Idos. Catorze anos tímidos como a neve que cobria urbe e serranias nas férias do Carnaval. Por ter visto “Uma Abelha na Chuva” quando, com atraso, chegou a Coimbra, julgava-me gente, 'malgré’ os dezasseis anos. Na pose, imitava uma ‘nouvelle vague’ nevada. Ridículo, claro.
Dezassete anos no tempo das vindimas antes do começo das aulas na faculdade. Outro ridículo memorável com dezoito: lidos, mal, os existencialistas, o olhar perdido condizia com o sentir.
Olha pra mim com dezanove anos nas cercanias nevadas da minha casa principal da Estrela! Mãe e tia freira como 'chaperones'. Produto da época o conjunto. Cúmulo dos ridículos pessoais que adoro: de branco com vinte anos. Caracóis e musselina e bordados. Olhar esbugalhado por se ver em tal cozinhado. Tudo cumprindo regras a que a rebelde obedeceu.
Jantar de trabalho. Vinte e seis preparados para uma partida de ténis. Trinta e tal em Amesterdão. Que gozo me dá esta cronologia!
Ruralidades com memória divina. Grupo de amigos ajudou.
Aos quarenta e uns mais, fazia isto. Ainda faço, conquanto menores os graus do ângulo. Nada mau!