Quarta-feira, 11 de Fevereiro de 2015

TRÊS DINHEIROS

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Michael Godard – “100 Bill Full House”

 

 

“Visi­te­mos por momen­tos alguns cená­rios exó­ti­cos, com rios de cro­co­di­los e mares de tuba­rões, ter­ri­tó­rios sem dó nem pie­dade à boa maneira de um Joseph Con­rad no seu Cora­ção das Tre­vas. Estes peri­go­sos ani­mais que aqui vivem parecem-se imenso com pes­soas: comem, dor­mem, uns têm cabelo, outros serão care­cas,  guiam auto­mó­vel, falam ao tele­fone, riem-se, e, pasme-se, até cho­ram e amam (ouvi dizer algu­res). A grande dife­rença está na sua ali­men­ta­ção, que se resume a quan­ti­da­des cicló­pi­cas de dinheiro.

 

 

 

Mas o que é afi­nal o dinheiro, o moderno dinheiro?… Bem, será melhor come­çar por dizer que exis­tem três tipos dife­ren­tes de dinheiro: o dinheiro fac­tual, que é aquele que rece­be­mos ou paga­mos em troca de um bem ou ser­viço; depois existe o dinheiro vir­tual – fun­da­men­tal­mente um imenso oce­ano de dívi­das mun­di­ais (todos os paí­ses têm dívida, e daí não vem mal ao mundo, pelo menos até certo ponto), que cir­cula como maté­ria tran­sac­ci­o­ná­vel nos ban­cos e enti­da­des finan­cei­ras, e que, como tal, se encon­tra con­ta­bi­li­zado nos balan­ços de quem as detém como activo (não existe real­mente, não tem con­tra­peso fidu­ciá­rio em moeda física, mas é um valor activo); final­mente, surge um dinheiro que tam­bém existe de facto mas que é tra­tado ofi­ci­al­mente como se não exis­tisse – o cha­mado dinheiro sujo, pro­ve­ni­ente de todos os trá­fi­cos e cri­mes mais ou menos abjec­tos deste nosso pla­neta. Isto é o dinheiro moderno.

 

 

 

Eis agora o que os cro­co­di­los e demais feras exó­ti­cas fazem com estas três espé­cies de dinheiro. Com a cres­cente liber­dade que foi entre­gue aos auto-denominados mer­ca­dos (muito por culpa do lavagante-tigre Ronald Rea­gan e da sua amiga-da-onça Mar­ga­ret Tat­cher, nos idos de Setenta), foram cri­a­das miría­des de saté­li­tes finan­cei­ros que se regem por nor­mas quase nulas: as soci­e­da­des off-shore, onde toda e qual­quer ope­ra­ção é pos­sí­vel sem ser taxada ou sequer super­vi­si­o­nada. Uma das ope­ra­ções mais inte­res­san­tes des­tas soci­e­da­des off-shore resume-se a uma coisa bem sim­ples: atra­vés da venda de par­ti­ci­pa­ções finan­cei­ras em soci­e­da­des de inves­ti­mento que tra­ba­lham fun­da­men­tal­mente com títu­los de dívida pública ou pri­vada, cap­tam muito do dinheiro des­clas­si­fi­cado que lhes é entre­gue pelos mais peri­go­sos ani­mais deste mundo – as hie­nas dos car­téis de droga, do trá­fico de armas e de tudo o que é crime orga­ni­zado.

 

 

 

Assim, estas soci­e­da­des – que em mui­tos casos per­ten­cem a ban­cos e enti­da­des finan­cei­ras de renome mun­dial (ou nem por isso, como era o caso do «nosso» baco­rís­simo BPN…) – dedicam-se fun­da­men­tal­mente a trans­por­tar for­tu­nas fei­tas no sub­mundo do crime para a super­fí­cie ofi­cial das dívi­das sobe­ra­nas e dos títu­los de par­ti­ci­pa­ção no capi­tal de empre­sas em todo o mundo. Nada mais limpo — diga­mos.

 

 

 

Quero com isto dizer que a banca mun­dial está infec­tada, que os ban­quei­ros e demais ope­ra­do­res finan­cei­ros sabem disto muito bem e nada fazem para o impe­dir, tornando-se por dis­creta omis­são em ine­vi­tá­veis par­cei­ros do crime orga­ni­zado? Sim, é isso mesmo que eu quero dizer, e ainda acres­cento que tam­bém mui­tos polí­ti­cos estão neste rol de apa­nha­dos, embora na posi­ção mais habi­tual de eunu­cos exe­cu­tan­tes regi­a­mente pagos.

 

 

 

Uma das mais peri­go­sas des­cul­pas do pen­sa­mento libe­ral (leia-se da sel­va­ja­ria neo-liberal, não do Libe­ra­lismo) baseia-se numa ima­gem clara que cer­ta­mente já nos ocor­reu a todos alguma vez na vida, ainda que por certo em cir­cuns­tân­cias muito menos gra­vo­sas: «Se eu não o fizer, qual­quer outro o irá fazer na minha vez…». E esta pre­missa dá direito a tudo. Por­que quando um banco ofe­rece um deter­mi­nado pro­duto finan­ceiro a um qual­quer cli­ente, este só muito difi­cil­mente con­se­guirá saber em que é que o seu dinheiro vai ser efec­ti­va­mente apli­cado. O que per­mite con­cluir que até o mais pequeno e modesto inves­ti­dor pode ser cúm­plice (ainda que com­ple­ta­mente anes­te­si­ado) da maior máfia de droga sul-americana ou do mais tor­ci­o­ná­rio dos «bokas­sa­sas» dos dia­man­tes de san­gue, tudo isto atra­vés do banco onde men­sal­mente depo­sita o seu orde­nado ou pen­são! É ter­rí­vel, esta ver­dade sumá­ria.

 

 

Ora bem: é com este tipo de san­gue podre que a eco­no­mia mun­dial está a ser sobre-alimentada há mais de três déca­das. Perguntar-me-ão, tal­vez, o que tem este des­con­trolo das auto­ri­da­des finan­cei­ras a ver com os exces­sos absur­dos das dívi­das sobe­ra­nas dos cha­ma­dos paí­ses do Sul, onde a de Por­tu­gal se insere.

 

 

 

Arrisco dizer que tem tudo a ver. E a razão parece-me igual­mente sim­ples: a ver­dade é que o cha­mado dinheiro sujo paga no seu pro­cesso de ofi­ci­a­li­za­ção uma ele­vada fran­quia à banca mun­dial em regime off-shore; tal liqui­dez extra tem, por sua vez, de entrar no cir­cuito legal para a sua ofi­ci­a­li­za­ção ficar con­su­mada – e aí atin­gi­mos os anos de ouro em que todo este pro­cesso de trans­fega enchar­cou os mer­ca­dos finan­cei­ros mun­di­ais com dinheiro a juros tão bai­xos que seria quase um crime des­per­di­çar seme­lhante opor­tu­ni­dade. Então, apoi­a­dos nos finan­ci­a­men­tos da banca ao preço da uva mijona e na conhe­cida soli­da­ri­e­dade com­par­ti­ci­pa­tiva da União Euro­peia e dos seus vários orga­nis­mos, as cigar­ras do dos tais Paí­ses do Sul – far­tas da sua vidi­nha de sem­pre – desa­ta­ram a gas­tar, a pôr as for­mi­gas a cons­truir auto-estradas e pon­tes, e está­dios, e empre­en­di­men­tos, e mais auto-estradas , e novos aumen­tos de orde­na­dos para as cigar­ras (temos em Por­tu­gal o mais caro banco cen­tral do mundo em ter­mos de orde­na­dos de topo)… As cigar­ras do Sul desa­ta­ram a gas­tar o que real­mente não era delas, sublinhe-se – mas sim dos seus esta­dos sobe­ra­nos e res­pec­ti­vos povos. E só por isso as cigar­ras mere­cem ser puni­das.

 

 

 

Por fim, certo dia, o pró­prio sis­tema finan­ceiro des­co­briu que estava vici­ado e não con­tro­lava nada nem nin­guém. Lan­çou aler­tas e des­con­fi­an­ças, como o nosso pobre emir de Boli­queime no tempo dos gatos e das lebres. E o pro­cesso de ascen­são abran­dou, parou, e come­çou a recuar – exi­bindo então os gran­des cas­te­los de areia e as caves cheias de pipas de ar e nada. E a pirâ­mide, claro, ruiu.

 

 

 

A moral desta falsa fábula fica ao cri­té­rio de cada um. Sei ape­nas que exis­tem todas as pos­si­bi­li­da­des de haver uma qual­quer moral – por muito má que ela seja. E certo é que nesta altura do cam­pe­o­nato não há um único ser humano que possa dizer o que vai acon­te­cer a qual­quer uma das milhen­tas variá­veis de que é com­posta esta crise doen­tia e medo­nha. Por fim, conte-se tam­bém com os que muito têm ainda, e que tudo farão para con­ti­nuar a ter: nes­tas quan­ti­da­des o dinheiro é uma droga expo­nen­ci­al­mente vici­ante, e as feras são, como todos bem sabe­mos, bichos de muito sustento.”

 

 

António Eça de Queiroz

 

 

Nota – Crónica publicada aqui.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 08:00
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Sábado, 25 de Outubro de 2014

A MOURA E O FILHO ABASTADO DO «NUORTE»

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Silva Palmeira

 

O António Eça de Queiroz que não perde estocada na amável guerrilha editada pela Guerra e Paz, “Porto Versus Lisboa” onde dá réplica ao António Costa Santos enviou-me delícia que seria egoísmo não partilhar. Deslizava ele pela Foz, facto que, por si só, me suscita sentimentos menores como o da inveja, quando lhe pedi autorização para o nomear e fazer cópia do apontamento humorado. Obtive pronto assentimento. O que ouviu, depois escreveu, reza assim:

 

"O filho do empresário do «Nuorte» apaixonou-se por uma lisboeta e decidiu casar. Muito a medo, foi contar ao pai, temendo a sua reação, por se tratar de uma «moura» de gema. Ao contrário do que esperava, o empresário ficou contentíssimo, prometeu-lhe grande apoio e deu-lhe alguns conselhos:

 

- meu filho, para começar, vão um mês para Bora-Bora, para o melhor hotel, para mostrar a esses lisboetas que a gente do «Nuorte» tem dinheiro;

 

- o casamento vai ser no Mosteiro dos Jerónimos para mostrar a esses lisboetas que temos gosto;

 

- o copo de água vai ser no Hotel da Lapa para mostrar a esses lisboetas que sabemos luxar;

 

- quando chegares ao hotel para passar a noite de núpcias, vais carregá-la ao colo para mostrar a esses lisboetas que somos uns cavalheiros;

 

- antes da entrada no quarto, dás-lhe passagem para mostrar a esses lisboetas que somos educados;

 

- no quarto, tiras-lhe lentamente a roupa para mostrar a esses lisboetas que somos carinhosos;

 

- quando ela estiver toda nua, “bates uma punheta”, para mostrar a esses lisboetas que não precisamos deles para nada!”"

 

Nota - não me justifico pela transcrição da gíria final. Da hipocrisia e falsos pudores de salão há fartura. Fosse substituída a expressão "masturba-te" e a genuinidade ficaria, hipocritamente, omissa.

 

CAFÉ DA MANHà

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 07:16
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Sábado, 18 de Outubro de 2014

SABEDORIA DE MULHER

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Edward B. Gordon

 

Ela passou o primeiro dia empacotando todos os seus bens pessoais em caixas e malas. No segundo dia, ela chamou os homens da transportadora que levaram os bens pessoais. No terceiro dia, ela sentou-se pela última vez na bela mesa da sala de jantar, à luz de velas, pôs uma música suave e deliciou-se com uns camarões, caviar e uma garrafa de Chardonnay. De seguida, em cada uma das divisões, colocou nas cavidades dos varões das cortinas pedaços de casca de camarão besuntados com caviar. Limpou a cozinha e saiu.

 

Quando o marido retornou com a nova namorada, tudo estava um brinco nos primeiros dias. Pouco a pouco, a casa começou a feder. Tentaram tudo: lavaram, arejaram a casa, verificaram todas as aberturas de ventilação, não contivessem ratos mortos. Os tapetes foram limpos com vapor. Desodorizantes de ar e ambiente espalhados pela casa. A empresa de desinfeção introduziu gás tóxico nas canalizações. Durante alguns dias, o casal teve de sair de casa e, no regresso, o cheiro nauseabundo persistia.

 

Os amigos deixaram de os visitar. Os funcionários das empresas de consertos recusavam-se a trabalhar na casa. A empregada demitiu-se. Finalmente, decidiram mudar de casa. Um mês depois, apesar de terem reduzido para metade o valor da casa, não existiam compradores. A notícia correu. Finalmente, foram obrigados a contrair um elevado empréstimo para comprar outra habitação.

 

A ex-esposa ligou para o marido e perguntou como andavam as coisas. Ele contou-lhe o martírio da casa podre. Ela escutou pacientemente e disse das muitas saudades da casa antiga e estar disposta a reduzir a parte que lhe caberia no acordo de separação dos bens, em troca da casa. Convencido de que a «ex» não fazia ideia do fedor, acordou num preço cerca de 1/10 do real valor se ela assinasse os papéis naquele mesmo dia. Assim foi. Em menos de uma hora, o acordo estava consumado.

 

Uma semana depois, o homem e a namorada assistiam, com um sorriso malicioso, aos homens da mudança levando os respetivos pertences para a nova casa. Os varões das cortinas também.

 

Nota - Texto adaptado de outro selecionado pelo belíssimo gosto e humor do António Eça de Queiroz. O sobrinho, Afonso Reis Cabral, foi ontem anunciado como vencedor do “Prémio Leya 2014” com o romance “O Meu Irmão”.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 11:21
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Quinta-feira, 15 de Março de 2012

O ABORTO

 

 “O aborto do novo acordo ortográfico é tão facultativo que a SIC usa as duas grafias na mesma imagem... Aliás, três: também dá erros óbvios em qualquer grafia.” (António Eça de Queiroz)

 

O exemplo constante da imagem é elucidativo. Nem de propósito, o meu inocente computador, numa das muitas atualizações automáticas, apanhou o vírus do novo acordo e aplica-o numa de ora sim, ora não.

 

Porque me irrita a notificação encarnada que identifica erro ao escrever, desisti de lutar. Submeti-me por não valer um franzir de testa geradora de ruga. Os mandantes mandaram e acordaram e as máquinas obedecem independentemente da vontade de quem os adquiriu. Ora, parece-me que a autonomia do bicho com teclas é excessiva. Estou disposta a pô-lo na ordem obedecendo à patroa. Respeito é bonito e recomenda-se, conquanto pense servir de pouco o esforço se os cabos óticos interferem e me desautorizam.

 

CAFÉ DA MANHÃ  

 

Aqui há sotaque mas o português desacordado continua.

 

publicado por Maria Brojo às 12:02
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Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012

DITOS E «BOCAS»

 

Autor que não foi possível identificar, Tim Obrien

 

Não resisto a transcrever uma pérola do livro “O Medo do Insucesso Nacional” cujo autor é o actual Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. «Durante séculos, a majestosa cidade de Braga especializou-se na produção de um produto: padres. Basta percorrer as monumentais ruas da cidade para perceber a importância que a religião e a Igreja Católica têm para a região. São edifícios e mais edifícios (muitos deles de grande dimensão) dedicados à produção e formação de sacerdotes. Hoje em dia, a indústria de produção de sacerdotes bracarenses está em declínio”. (…) Porquê? (…) A grande causa do declínio da Igreja Católica em Portugal é simplesmente a falta de competitividade. A indústria de produção de padres perdeu competitividade, pois os custos de produção de novos sacerdotes são demasiado altos e o preço do sacerdócio é extremamente elevado.»

 

Outra afirmação, esta não me surpreendeu, de Otelo Saraiva de Carvalho: _ "O desagrado popular pode conduzir a um golpe de Estado pelos militares, mas, não havendo condições para isso, dependerá dos efeitos da nova lei geral do trabalho." Probabilidade remota e coisa e tal, não estivessem convertidos em yuppies com galões as médias e altas patentes militares que, duvido, trocassem carreira de mandadores pela entrega do poder aos civis. Também estes, sem dinheiro para cravos, não passariam pelo mesmo filme duas vezes, ou não reagissem apenas sob emoção obediente pelas subserviências genéticas.

 

Com 36 anos morreu no dia 19 de Janeiro de 1982. Foi a melhor intérprete de sempre da música brasileira. Seu nome: Elis Regina.

 

CAFÉ DA MANHÃ

                                                                                             Elucidativo e sem nada a opor através de António Eça de Queiroz

publicado por Maria Brojo às 11:04
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Terça-feira, 17 de Janeiro de 2012

PORQUE NÃO ADORNA A MÁFIA PORTUGUESA?

Autores que não foi possível identificar

 

Desapareceu a meia hora extra, ficaram reduzidas férias, punidas faltas que as «pontes» estimulam nos trabalhadores. Aplaudo estes pontos do projecto da nova “Lei Laboral” a bem do acréscimo da tal «coisa» chamada competitividade, conquanto outros de que dei conta en passant,
menor protecção do trabalho seja exemplo, entenda lesivos dos interesses dos assalariados. Serei naïff, mas as medidas citadas primeiro fazem sentido no navegar deste ‘Costa’ nacional com dez milhões de pessoas a bordo antes que adorne como o outro. Na história recente, alguns dos nossos comandantes eleitos também fugiram como ratos sempre que o navio se aprestava a ir ao fundo. Diferença fundamental com o comandante do ‘Costa’ é não terem espreitado o Sol entre grades devido às malfeitorias assassinas contra povo atavicamente indefeso.

 

Surpresa foi saber pronunciada por juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa a ex-Ministra da Educação. O caso insere-se num “ comunicado emitido há meses pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, os quatro funcionários foram acusados por despacho datado de 15 de Junho do ano passado. “Os factos suficientemente indiciados são relativos à adjudicação directa de vários contratos nos anos de 2005, 2006 e 2007 ao arguido professor universitário, com violação das regras do regime da contratação pública para aquisição de bens e serviços”, lia-se na nota. “ Tais adjudicações”, acrescenta-se, “não tinham fundamento, traduzindo-se num meio ilícito de beneficiar patrimonialmente o arguido professor com prejuízo para o erário público, do que os arguidos estavam cientes”. A fonte refere ainda estar em causa “o facto de a ex-governante, actual presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), ter, no exercício das suas funções, estado envolvida na contratação do irmão de Paulo Pedroso para o “beneficiar patrimonialmente”, provocando desta forma um “prejuízo para o erário público. O crime é punido com pena de prisão entre dois e oito anos.” Foram também acusados de co-autores da prevaricação a antiga chefe de gabinete, Maria José Matos Morgado, e o então secretário-geral do ministério, João Silva Baptista.

 

A estes feios relatos do quotidiano português tenho, no que ao SPNI concerne, duas reacções: ou a escrita deambula por eles e denuncio, ou simulo ignorar sem tolher outras reflexões mais apetecíveis. Uma «seca» esta máfia portuguesa!

 

Razão tem o Rui Bebiano: "Na cerimónia de inauguração do 'Costa Concordia' a garrafa de champanhe não se partiu. Quando assim acontes, diz a voz do povo que o navio não vai ter sorte. Entretanto, no "Filme Socialismo do Godard, filmado  em grande parte no 'Costa', falava-se metaforicamente ndo fim do capitalismo e desta Europa política que se afunda. Pelos vistos anda tudo ligado! E que las hay..."

 

Esta outra de Joaquim Alexandre Rodrigues também está do melhor: _”O Prós e Prós está a debitar de Luanda. Caso para perguntar: quando vão a Angola, os vips portugueses vão ensinar mais do que aprender ou vão aprender mais do que ensinar?”

 

Para terminar, escreveu o estimado António Eça de Queiroz a propósito duma notícia da NASA sobre ‘UFOS’: _ “Os do Terreiro do Poço são Umanos Foleiros Ó... (UFÓ's).”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:55
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