Elvgren
Lugar público. Restaurante especialista na arte de bem confeccionar e servir pitéus alentejanos. Experiência penúltima: bem acompanhada no diálogo e degustação, impôs-se conversa lateral. Bradada na mesa para dois à distância do corredor de serviço. Repetido o nome de advogado em praças maiores com pelourinhos conhecidos. Desvendados pormenores dum caso em litígio. Procurei fazer moucos os ouvidos, excepto para o dito pelo interlocutor na frente. Nem uma palavra me saiu sobre o conteúdo elevado pelo volume de som na mesa ao lado. Eu dentro no assunto, conviva fora.
Comparados/semelhantes ao facto, actualidade e passado regido pelo Dr. Salazar. Livrem-nos anjos e arcanjos, mais a corte celestial reunida em concílio, de falarmos abertamente em sítios que ouvidos ignotos frequentem. Ensinamentos dos clãs familiares tradicionais mais oportunos que nunca:
_ Nunca mencione nomes se contar relatos onde estranhos sejam presença.
Não cito, mas ouço sem adianto ou atraso: escapes cirúrgicos de informação privada, ou sob segredo da justiça vendem à «fartazana». Incautos, curiosos, especializados em corte e costura compram e propalam. Deturpações inerentes – pontos somados aos contos recontados, sejam assunto despiques entre vizinhos ou intimidades públicas. Voyeurismo como estratégia pessoal e política. No tempo dos bufos pós-modernos, do bem parecer e «ser» de parco merecimento, vale tudo.
Desalinhada por opção, alinho por ter lembrado o ‘dança como eu’ na cena final protagonizada pelo Anthony Quinn e por brejeirice saborosa – modo que consente publicar dichote sumarento enviado pelo Zeka.
“Num cruzeiro, passeavam Cavaco Silva, Alberto João Jardim e Pedro Santana Lopes. De súbito, toca alarme e soa alerta:
_ O navio está a afundar-se!
Ouve-se o Professor Cavaco:
- Salvem-se as mulheres e as crianças!
Com o charme peculiar, diz Alberto João:
- Que se fodam as mulheres!
Indaga Pedro Santana Lopes:
_ Ainda dá tempo?”
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros