Marian Fanny
Quanto tempo sem calcorrear a Andaluzia onde nasceu o poeta António Machado! Quanto tempo sem apetite de regresso a Spaña! Talvez a Galícia quebrasse o engulho porque continuação do Minho e Trás-os-Montes dos meus amores andarilhos. Enquanto o desejo não cresce e impera, fico-me em rotas outras, simples, pequenas. Adio ida e volta até à impossibilidade de prescindir da bruma, das enseadas frias e da parrillada de frutos do mar no restaurante pequeno do outro lado da margem de Caminha. A poente, fronteira atlântica que a lua governa nas marés cheias e vazias. Proíbo-me Vigo e as urbes de nomeada dele para cima _ mais espero que arquitecturas e esculturas e praças com redondéis. Talvez uma aldeia, talvez abrigo isolado numa falésia; sempre aroma de maresia e oceano com gelo diluído.
Evitar Moledo mais os figurões: políticos, aristocratas, gentes que de si dizem bem-nascidas. Afinal, inquilinos alojados em divisões esconsas e gastas pertença de famílias que da pesca e dos ganhos estivais constroem Inverno/estação e fim de vida. Prefiro a rudeza nua duma casa simples, testemunhar redes dependuradas ou estendidas em areias curtas, as cortiças furadas que as bordejam, a azáfama de gentes simples a que me assemelho dia-a-dia mais um pouco, como se alguma vez diferença tivesse existido.
Num feriado/ponte em que Vale de Lobo, algarvio e sem custos, foi rejeitado a favor de modorra terna, é a serenidade que regressa. Dia segundo de Junho foi passado. A partir dele, volveu a bonomia. Hoje é Dia da Mulher Feliz, amanhã, de igual modo, viverá o Dia da Criança. Calendários? Que se danem!
CAFÉ DA MANHÃ
Sugestão de Veneno C., mote do meu andar:
- “Caminante, son tus huellas / el camino y nada más; caminante, no hay camino, se hace camino al andar./ Al andar se hace el camino, y al volver la vista atrásse ve la senda que nunca se ha de volver a pisar./ Caminante no hay camino/ sino estelas en la mar.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros