Artur Bual – série “Cristos
Quem não se lembra dele no “Botequim” onde pontificava a Natália Correia e ilustres mais? Figura maior das artes plásticas portuguesas, foi pioneiro nos gestuais abstratos. Formado pela magnífica Escola de Arte António Arroio de onde saíram fornadas de artistas, ainda hoje referências na pintura nacional.
Evolutivo no caminho que para ele traçou, diria: _ “As imagens da minha infância, a natureza que me cercava, as flores que colhi e não cheirei marcaram-me como homem e – eu sei-o – como pintor. Foi por um caminho sinuoso que cheguei ao encontro comigo mesmo”.*
Primeiro, conheci-o numa exposição. Empatia imediata. Pouco depois, visitei o ateliê da Amadora, cave de porta aberta a conhecidos, amigos, e amigos de amigos. Muitos haviam sido condiscípulos da António Arroio que nele reconheciam talento arrojado, o homem sincero e afável, tempestuoso às vezes. Encantava pelo voo da palavra e pelos silêncios que integrava nas telas. Lema que repetia: “Gostaria que se lembrassem de mim como um homem que pintou, diariamente, as suas preocupações, os seus sonhos e, acima de tudo, o amor”.
(...) Das séries mais corajosas, há que lembrar a das “Meninas” cujo erotismo Artur Bual explicava: (...) Porém, a série mais conhecida e impressiva é a dos “Cristos”. Neles, a humanidade do sofrimento que conferem ao observador emoções múltiplas, a lembrança do carreiro de todos com abismo no horizonte.
“Cristos ou Crucificações são símbolos de humanidade e despojamento, de torturas e amor; (…) Estou sempre predisposto a pintá-Lo. Quem sabe se não o pinto como quem faz um auto-retrato?”*
*Para mais conhecer, o Círculo Artur Bual.
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