So far, so good, apetece comentar sobre a primeira fase dos exames nacionais que termina amanhã. Quedou-se e despiu o lençol branco o fantasma da instabilidade nas escolas agitado pelos sindicatos dos professores. Os estudantes, inquiridos por jornalistas antes do exame de Português do Secundário, foram unânimes _ sentiam-se preparados; os professores faltaram substancialmente menos durante o ano lectivo. O Everest pariu uma cobaia em vez de rato merecedor do nome.
Os testes intermédios, realizados duas vezes no ano lectivo, semelhantes na estrutura ao exame nacional, habituaram os alunos ao esperado no fim. Instrumentos criados por este Governo. Houve maior exigência na atitude de cada professor. Sem metralhadora apontada às costas. Não foi precisa. Limitaram-se a apurar técnicas. Tê-lo-iam naturalmente feito pela avaliação que mais conta: os resultados obtidos nos exames pelos estudantes que leccionaram. Essa, sim, reflecte o trabalho do ano, conquanto sujeita a combinações aleatórias que não dependem do professor. Mas faz pensar e evoluir.
O empenho dos docentes manteve-se ou aumentou. O Adamastor da avaliação rapidamente se transformou em bichano ronronando ao sol. Porém, não fique subentendido tudo ter corrido bem. É verdade que as hesitações ministeriais, informação insuficiente, desfasada, aos soluços e em marcha-atrás ajudaram a construir o mostrengo. O tom agressivo no discurso oficial foi betão que o fez crescer.
Na Beira Alta, é dito:
_ Todo o burro come palha. É preciso saber dá-la.
E nem os professores são asnos, nem a palha era sã, nem fornecida à medida da digestão.