Jim Daly
No dia em que é conhecido relatório sobre a duplicação dos casos de abandono pela família das nossas crianças e adolescentes, do aumento de sevícias contra elas perpetradas em apenas um ano (2012/2013), das causas aventadas para estes factos enlaçadas na pobreza crescente em Portugal, outras realidades imploram ponderação. Há muito conhecida a tragédia dos idosos que vivem no desamparo mesmo com filhos a quem deram o melhor que tinham, podiam e sabiam e que optaram por desprezá-los na grande idade. Por estas e outras atitudes abrangendo desde governantes, mandantes económicos ou políticos até aos cidadãos, não somos um país mas um sítio mal frequentado.
Na tão falada ‘women’s talk’, que se desengane quem julga serem temas cabeleireiro, moda e frivolidades quejandas. De facto, são os filhos o assunto rei. Esticadas no tempo as amizades femininas, nada se altera. Algumas nuances são introduzidas sobre a falada prole – sopas, viroses, constipações, desempenho escolar, companhias e saídas noturnas evoluem para namoros, casamentos, a inserção do genro ou nora no núcleo familiar, o síndroma do ninho vazio, netos e a progressiva fuga dos filhos à atenção aos progenitores, especialmente se estes não possuem condições para ajuda efetiva. Demasiadas são as vezes em que filhos adultos têm o umbigo como núcleo de atitudes no que aos pais respeita. Esborratadas memórias dos valores inculcados desde tenra idade. Do dito e feito para crescença harmoniosa. Do infinito amor de sempre. E cresce nos pais convicção: nunca esperes nada deles, aproveita instantes felizes e dos comportamentos/desgostos tem à mão ficha que desligas da tomada.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros