Nguyen Dinh Dang, Tháng Một
Notícia: da China para Yale. Professora de Direito. Pais imigrantes. Nome: Amy Chua. Autora do livro Battle Hymn of the Tiger Mother, sucesso na curiosidade dos média e nas vendas. Amy Chua descreve a intransigência da educação familiar chinesa que defende e condena a permissividade dos pais do Ocidente. Dizer à filha mais velha “és um lixo!”, ameaçar a mais nova, três anos, de ser posta na rua, impedi-la de jantar, de celebrar aniversário durante anos próximos até tocar sem defeito peça de piano, são exemplos elucidativos da pedagogia que defende. Justifica-a pelo êxito dos pais ao criarem-na sob padrões idênticos, pelo comportamento exemplar dos filhos educados segundo a tradição chinesa de humilhação e inflexibilidade. Muitos geniais em matemática e noutras áreas. Alguns filhos não aguentam serem diariamente induzidos aos limites e preferem dizer adeus às curtas vidas pela vergonha do insucesso, pela culpabilização decorrente. Outros submetem-se, prometendo jamais repetir o exemplo quando adultos.
Facto: Gao Xi é chinesa. Os pais são imigrantes em Portugal. Há três anos, ignorava uma só palavra portuguesa. Hoje lê, interpreta e escreve a nossa língua, conquanto se socorra de caracteres chineses numa pressa. Na oralidade, manifesta fluência suficiente. Aluna brilhante e equilibrada nas atitudes. Jovem integrada nos grupos de amigos e de estudo, linda, risonha, solidária, empenhada na execução perfeita das tarefas que lhe competem. Inquirida sobre a preferência pelo sistema de ensino português ou o praticado na China, opta pelo último. Declara o nosso facilitista pela exigência diminuta e potencialmente castrador da competitividade do indivíduo com ele próprio – qualquer outra é enganadora.
Comentador escreveu: “os sistemas de ensino foram e serão sempre fonte de perplexidades quando se comparam realidades incomparáveis - as sociedades orientais adaptam-se a outras necessidades.
Porventura, o sistema (?) de ensino em Portugal é melhorável, desde logo pelo quotidiano empenhamento no incentivo que a escola pode oferecer aos jovens para o despertar da curiosidade e para uma consciência quanto à importância dos hábitos de trabalho e regularidade, de exigência própria.
A componente do "sistema" pode contribuir para o fortalecimento desse papel no quotidiano do triângulo escola-docente-aluno, a que deverão juntar-se outras valências como a Família, a comunidade e o Estado. Mas nem tudo pode ficar à espera da última das modas, tanto mais que a comprovada resistência corporativa, a exiguidade de meios e a ainda maior exiguidade de uma proveitosa gestão de tais meios poderão sempre relegar para as calendas e para resultados imprevisíveis o esforço sistémico para indução de níveis acrescidos de qualidade
O ensino chinês pode ser muito bom, mas Portugal não é a China. Sobretudo, Portugal não devia querer ser a China, nem qualquer outra coisa - o facto de termos muito a aprender com todos (e vice-versa) não é razão para se abandonar a via da identidade própria.”
Acrescento: está provado que famílias permissivas educam mal. Necessária autoridade, e estímulos tendo como objetivo comportamentos adequados. Recomendada a via do entendimento, de reprimenda perante irresponsabilidades. Castigos, sim. Autoritarismos, não. E relembro frase batida, lema pedagógico: “primeiro, olha o que faço, depois vê se digo o que faço.”
CAFÉ DA MANHÃ
Nguyen Dinh Dang, Tháng Một
Da China para Yale. Professora de Direito. Pais imigrantes. Nome: Amy Chua. Autora do livro Battle Hymn of the Tiger Mother, sucesso na curiosidade dos média e vendas. Nele descreve a intransigência da educação familiar chinesa que defende e condena a permissividade dos pais do Ocidente. Dizer à filha mais velha “és um lixo!”, ameaçar a mais nova, três anos, de a pôr na rua, impedi-la de jantar, celebrar aniversário durante anos próximos até tocar uma peça de piano com perfeição, são exemplos poucos, mas elucidativos da sua pedagogia. Justifica-a pelo êxito dos pais ao criarem-na sob padrões idênticos, pelo comportamento exemplar dos filhos educados segundo a tradição chinesa de humilhação e inflexibilidade. Muitos geniais em matemática e noutras áreas. Alguns não aguentam serem diariamente induzidos aos limites e preferem dizer adeus às curtas vidas pela vergonha do insucesso, pela culpabilização decorrente. Outros submetem-se, prometendo jamais repetir o exemplo com filhos próprios.
A Gao Xi é chinesa. Os pais são imigrantes em Portugal. Há três anos, não entendia uma só palavra portuguesa. Hoje lê, interpreta e escreve a nossa língua, conquanto se socorra de caracteres chineses numa pressa. Na oralidade, manifesta fluência suficiente. Aluna brilhante e equilibrada nas atitudes. Jovem integrada nos grupos de amigos e de estudo, linda, sorridente, cabelo negro, liso, forte, comprido, solidária, empenhada na execução perfeita das tarefas que lhe competem. Inquirida sobre a preferência pelo sistema de ensino português ou o praticado na China, opta definitivamente pelo último. Declara o nosso facilitista pela exigência diminuta e potencialmente castrador da competitividade do indivíduo com ele próprio – qualquer outra é enganadora.
Famílias permissivas educam mal. Crianças, adolescentes e jovens precisam de autoridade e estímulos para comportamentos adequados por via do entendimento, da condenação dialogada dos desajustes gravosos. Castigos, sim. Agressões ociosas que emotividade descontrolada, que frustração paternal vinda d'antanho geram, nunca. E relembro frase batida, lema pedagógico: _ Primeiro, olha o que faço, depois vê se digo o que faço.
Nota – fonte do primeiro parágrafo: jornal Público de ontem.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros