Margaret Morrison Jane Wong
Almoçar, rente ao Tejo, um excecional ananás com gambas – os bolsos mais ou menos leves não têm conteúdo bastante para 'camarões tigre' e mesmo para as descritas sabem os deuses! – foi razão da «converseta» no após.
“Um sujeito está numa entrevista para emprego. O psicólogo dirige-se ao candidato e diz:
_ Vou fazer-lhe o teste final para a sua admissão.
Responde o entrevistado:
_ Perfeito!
O psicólogo pergunta:
_ Está numa estrada escura e vê ao longe dois faróis emparelhados a virem na sua direção. O que pensa ser?
O candidato:
_ Um carro.
_ Um carro é muito vago. Que tipo de carro? Um BMW, um Audi, um Volkswagen?
_ Não dá para distinguir.
Resmoneia o psicólogo:
_ Hum... Vou fazer-lhe outra pergunta: está na mesma estrada escura e vê só um farol a vir na sua direção. O que é?
Responde o entrevistado:
_ Uma mota.
_ Sim, mas que tipo de mota? Uma Yamaha, uma Honda, uma Suzuki?
Já nervoso, responde o sujeito:
_ Na estrada escura, não vejo a marca.
De novo, o psicólogo mostra desagrado. Continua:
_ A última pergunta: na mesma estrada escura, vê um só farol, menor que o anterior, e apercebe-se que vem mais lento. O que é?
_ Uma bicicleta.
_ Sim, mas que tipo de bicicleta? BTT, de estrada, de passeio?
_ Não sei.
Conclui o psicólogo:
_ Lamento, mas reprovou no teste!
O candidato dirige-se ao psicólogo e comenta:
_ Interessante esse teste. Posso fazer-lhe uma pergunta também?
_ Claro que sim. Pergunte.
_ Está à noite numa rua iluminada. Vê uma mulher com excesso de maquilhagem, vestido encarnado, bem curto, tacões de doze centímetros, girando a mala de mão. O que é?
Com destreza, responde:
_ Ah! É uma puta.
_ Sim, mas qual puta? A sua irmã? A sua mulher? A sua mãe?”
Nota: dislate cujo préstimo é, por minutos, esquecer zangas justificadas com os mandantes que, sem pudor, nos (des)governam.
CAFÉ DA MANHÃ
Demasiado tempo passa até novo passar atento por símbolos duma cidade rural que apenas o andarilhar sem tempo concede. Quem adora silêncio e cidades com ruas vazias pelo fim dum dia útil que recolhe p’ra janta os habitantes prefere a hora do ângulo mínimo entre Sol e horizonte. Em Setembro, nesta latitude e longitude, esmaecem cores vibrantes, é adoçado o ouro da estrela maior que a Terra governa, sem que da ‘estrela monstro’ – ao nascer trezentas e vinte vezes maior que o Sol e de seu nome R 136a – queiramos saber ao impedir o crescimento dos planetas em redor. Vale a precariedade da sua existência no Universo por falta de alimento composto de gases e poeiras. Mas quem sobre astronomia se interroga quando a doçura está no perto? Quando o encantamento surge em brancuras que escondem granitos, em telhas talvez partidas, em memoriais simples?
Pedro Botto Machado, nasceu na cidade serrana que prende o meu afecto sempre e o viver quando calha. Republicano convicto e arrojado, ao casar com D. América Garção Stokler, mulher de grande fortuna, deu ordem para ser levantado, junto à ponte, edifício que abrigaria escola, Associação de Socorros Mútuos dos Artistas e Operários locais, Centro de Instrução e Recreio e a Associação Musical Gouveense. Da banda e da orquestra filarmónica conheço dotes que orgulham os locais. Com razão. Se a lobrigo em exibição pública difícil se torna dali arredar pé. Beneficiou ainda outras instituições. Ignoro se faleceu deixando a família pindérica por conta de generosidade tanta. Dum tetravô sei o acontecido pelo gosto da, então, vila possuir hospital decente e ter partido cedo deixando a filharada entregue à Senhora Dona Legítima inapta para gerir a fortuna restante.
Quem de frente encara a Associação, se desviar para a direita os passos encontra declive empedrado. Ao fundo, como se fora adorno a compor ramalhete cheiroso, moradia indicia abandono. Somente descendo a rua e encostando o nariz ao gradeamento, a beleza irrompe doutros lados e oblitera a decadência. O sulfato dos azulejos delineia médicos, um deles em seu ofício. São Cosme e São Damião, os santos gémeos cujos nomes originais eram Acta e Passio, lembrados com apuro pela cerâmica acordam com o ocre das paredes. Custa a despedir do lugar; todavia, metros adiante, a escultura que homenageia as queijeiras reclama quinhão do ver sob castanheiro frondoso e seus ouriços. E o resto da luz poente traça estradas nas copas das árvores, nos lajedos e no que mais encontra soando a hora de adormecer.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros