Por isto mais aquilo, adiei regresso. Quem ia e vinha contava da pérola na “Pérola Atlântica” feita. Obra de autor: Alberto João Jardim. Soube aproveitar recursos comunitários, acrescentar riqueza à pobreza atávica em quase toda a ilha, explorar bênçãos da Mãe Natura. Diminuídas manchas de miséria que conheci.
Atormentados, os céus extremaram choro. A irregularidade dos relevos e os solos cimeiros erodidos pelo pastoreio aleatório não resistiram: lamas fluidas do que fora piso sólido. Cascata tenebrosa, negra, encontrou resvalar propício pela construção, desde antanho, disseminada ao acaso nas encostas. Por casos outros e mais recentes, no Funchal. Não é hora de assestar a besta nos culpados: auxiliar quem precisa, sim. O momento de analisar o malfeito chegará e dele retirar ensinamento. Confio na volta do brilho à pérola.
Países distraídos de “Copenhaga”, porque submetidos a interesses económicos míopes, que olhem, vendo, a frequência das catástrofes naturais. A tragédia no Haiti, a tempestade de areia em Sidney, os incêndios que arrasaram a cidade de Mont Archer e a “Big Dry” são alguns dos muitos sinais de alarme nos quais devem atentar. Continuando partes umbiguistas a valerem mais do que o todo, pior virá. Até ao final do século, previsto aumento de três graus na temperatura. O consequente acréscimo de um a dois metros no nível do mar arrisca a vida de 42 milhões de habitantes oriundos das regiões insulares.
Alberto João Jardim esteve bem ao pedir contenção nas notícias publicadas. O turismo é a principal fonte de riqueza da ilha. Demasiado fácil atemorizar quem a demanda. Bem fazem os espanhóis: nunca tiveram ‘vacas loucas’, a ‘peste suína’ não passou por lá, violência só da ETA, assaltos a estrangeiros, nem um.
Transcrevo: “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos"
Eduardo Galeano
CAFÉ DA MANHÃ
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