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Sobre a influência da meteorologia no psiquismo humano coexistem os saberes tradicionais: o empírico e o científico. Do primeiro, damos conta sem grandes cogitações – alegria maior se o sol é esplendor, nostalgia, semblante meditabundo havendo tecto cinza pelas nuvens coladas. Do segundo, tratam investigadores cujas conclusões vêm à tona dos dias e condizem, parcialmente, com o senso comum.
Ora, campanhas eleitorais têm sobre o meu estar consequências semelhantes às experimentadas quando a atmosfera concentra vapor de água que ameaça, a qualquer instante, desabar sob forma líquida. Durante um par de semanas, as tormentas «campanheiras» sucedem-se e entram cabeça dentro. Concentram o já sabido, normalmente disseminado ao longo do ano, nas andanças da governação e das oposições: políticos rasteiros, estratégias rascas, discursos rançosos.
Os políticos não são subespécie dos humanos: pensam, sentem como qualquer outro. Estão mais expostos e congregam julgamentos de todos, difamações incluídas. Todavia, o exercício do poder e dos «poderzinhos» é viciador. A muitos perverte. Na maioria, comportam-se como pilotos dum avião que a metros e metros de altura tem invariavelmente sol glorioso, ainda que os concidadãos estejam abafados por tectos de nuvens pingonas. Porém, bastar-lhes-ia diminuir a altitude do voo para que a realidade fosse perceptível e os interpelasse. Poucos o fazem. A estes rendo homenagem.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros