Sábado, 27 de Dezembro de 2014

DEUSES QUE CHORAM

 

 

 

Blake Flynn

 

 

Do ocorrido ano a ano enjeito classificar o melhor e o pior. À avaliação subjectiva que os opinion makers se encarregam de colectivizar, anteponho reflectir as ondulações sociais. O vaivém do pêndulo que nos envelhece e testemunha os nossos curtos passos na caminhada humana.

 

 

Num tempo de compita, o brilho, o património e as griffes são carimbo do sucesso. O enquadramento social é avaliado pela obediências a normas e convenções. Subvertê-las pela indiferença às lantejoulas que enfeitam os seres é tida como excentricidade encantadora, se o estatuto é superior, ou, sendo rasteiro, por mediocridade social. O continente abafando o conteúdo. Este remetido às franjas da consciência da maioria distraída do essencial das coisas e das pessoas.

 

 

Sociedade de códigos de barras. De frutos e peixes e legumes e ovos com tamanho único. De indivíduos com rótulos e prazo de validade. De crenças normalizadas - na eficácia, na eterna juventude, na tecnocracia. Na saúde que temos obrigação de preservar, fugindo como o Diabo da Cruz do que nem apetecível devia ser para sossego dos novos profetas. Dos cérebros Excel de alguns maestros da orquestra dirigente que nos espiolha e comanda.

 

 

Diariamente, a parte rica do mundo acresce omnipotência. Sofistica tecnologia que nos convence, a cada descoberta, do poder de adiar a morte. No deslumbramento sequente, iludimos a precariedade factual julgando rivalizar com Deus. Contudo, de todas as sofisticações e supremacias sobrarão apenas Pessoas e uma Terra que sofre. Frágeis os agressores e as vítimas. O planeta amanhecendo insensível à tristeza do acordar de milhões. Tornando de gelo o ar e as coisas. Arrefecidos os corações, sobrevem a paralisia emotiva com as brechas comuns perante o que a todos une: a morte e o nascer. Rente à dor, podemos ter um pouco de deuses, mas somos deuses que choram.

 

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

 

 

 

publicado por Maria Brojo às 07:30
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Terça-feira, 30 de Abril de 2013

DEUSES QUE CHORAM

 

Blake Flynn

 

Do ocorrido ano a ano, enjeito classificar o melhor e o pior. À avaliação subjetiva que os opinion makers se encarregam de coletivizar, anteponho refletir as ondulações sociais. O vai-e-vem do pêndulo que nos envelhece e nos testemunha os curtos passos andados na caminhada humana com anos aos milhares.

 

Num tempo de compita, o brilho, o património, as griffes e o poder são carimbo do sucesso. O enquadramento social é avaliado pela obediência a normas e convenções. Subvertê-las pela indiferença às lantejoulas que enfeitam os seres, é tida como excentricidade encantadora, se o estatuto é superior, ou, sendo rasteiro, por mediocridade social. O continente abafando o conteúdo. Este remetido às franjas da consciência da maioria distraída do essencial das coisas e das pessoas. 

 

Sociedade de códigos de barras. De frutos e peixes e legumes e ovos com tamanho único. De indivíduos com rótulos e prazo de validade. De crenças normalizadas - na eficácia, na eterna juventude, na tecnocracia. Na saúde que temos obrigação de preservar, fugindo como o Diabo da Cruz do que nem apetecível devia ser para sossego dos novos profetas. Dos cérebros Excel de alguns maestros da orquestra dirigente que nos espiolha e comanda.

 

Diariamente, a parte rica do mundo acresce omnipotência. Sofistica tecnologia que nos convence, a cada descoberta, do poder de adiar a morte. No deslumbramento sequente, iludimos a precariedade factual julgando rivalizar com Deus. Contudo, de todas as sofisticações e supremacias sobrarão apenas Pessoas e uma Terra que sofre. Frágeis agressores e vítimas. O planeta amanhecendo insensível à tristeza do acordar de milhões. Tornando de gelo o ar e as coisas. Arrefecidos os corações, sobrevém a paralisia emotiva com as brechas comuns perante o que a todos une: a morte e o nascer. Rente à dor, podemos ter um pouco de deuses, mas somos deuses que choram.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

É hoje comemorado o Dia Internacional do Jazz.

 

publicado por Maria Brojo às 10:44
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Terça-feira, 6 de Dezembro de 2011

DUMA MENINA

Blake Flynn, Greg Horn

 

Lia desde os cinco. Antes, com ajuda do avô e do pai, juntara letras para satisfazer a necessidade louca de descobrir o sentido daqueles desenhos impressos a negro que contavam histórias lidas pela mãe ao adormecer. Satisfeito o sono, pulava para a cama onde a esperava o colo materno; continuava a ouvir o que a noite interrompera. Devorou a ‘Formiguinha’ antes da entrada na primária. Talvez pela condição de filha única, além dos amigos reais, privilegiava os imaginários, dela em lugar primeiro, dos Grimm e de La Fontaine. Da Comtesse de Ségur, da Louisa Alcott, mais tarde. Da Odette de Saint-Maurice cujas estórias ouvia nos sábados da rádio sob o formato de episódios. Desenhava as cenas, treinava a figura humana. Fez do carvão um amigo – os lápis de cor pouco lhe diziam. Blocos de ‘papel cavalinho’ gastos em menos do soprar de um fósforo. E os pais, compreensivos e atentos, reabasteciam-na dos instrumentos/brinquedos. E pensavam a filha como menina-prodígio pela celeridade das aprendizagens e múltiplos interesses. A verdade desmentia – tão somente criança só buscando na fantasia irmãos que não tinha.

 

Um dia, desprezando a conversa das cegonhas, da mãe quis saber se nela existia a vontade de ter um bebé. Que sim, que tinha, que se veria. E tinha, mas não chegou. Até hoje, o porquê não foi explicitado e vivem ambas a não-pergunta, a não-resposta. Fosse noite de estio que pede liberdade fora de paredes e nenhuma das lembranças acima ocorreriam. Mas é serão dum Dezembro morno acolhido em alma fervente a propiciar revisitação de idos, enquanto lãs e enfeites desenham motivos outros.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:12
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Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011

BOTIFARRAS E REIZINHOS

Blake Flynn, Sally Davies, Célia Ribeiro

 

Nas sociedades do bem-estar, qualquer corte na ilusão de tudo ser expectável e devido aos cidadãos num progresso sem parança surge como tragédia. Em Portugal, é atávica a posição medíocre no ranking do desenvolvimento e qualidade de vida. Possível causa da nossa conformação exterior, conquanto o íntimo arrebente de revolta. Nesta assimetria, vencem queixas e lamúrias, perde a capacidade reivindicativa e resta sem préstimo nos espíritos o pauzinho que devia entupir a engrenagem dos abusos.

 

Contraditoriamente, os mais queixosos e politicamente activos na luta por direitos elitistas são quem possui riqueza ou o poder da influência. Como minoria, as regalias de que fruem é escândalo, malgré a maquilhagem desde sempre introduzida nos orçamentos e nas politiquices para ignorante ver. Esquecem que ver é uma coisa, assimilar outra. E a maioria espezinhada, miserável, não assimila mordomias de poucos em desfavor de muitos – muda não fica, mas permanece queda. Reside aqui o cerne da questão. Eis-nos chegados ao ponto de serem consideradas ridículas manifestações populares _ a nada levam, dizem! Alguma razão assiste quando respeitam interesses corporativos que melhor fora serem discutidos com denodo nos gabinetes. Escasseiam movimentos de massas que encham avenidas, ruas e becos tendo como alicerce as necessidades gerais, a revolta perante a comédia dos poderes, a defesa dos esmagados pela botifarra da insensibilidade social.

 

Mas alegremo-nos com felicidades alheias: celebra-se hoje o casamento do Rei do Butão com uma plebeia. País do qual é dito:

_ “E se os indicadores económicos não fossem suficientes para medir o bem-estar de uma sociedade? Há 35 anos, em um isolado reino do Himalaia, um carismático rei decidiu que era mais importante a felicidade interna bruta do que o produto interno bruto. Hoje, o Butão é a democracia mais jovem do mundo e o exótico campo de testes de um dos debates mais interessantes do pensamento económico global.

O povo está em festa, desce das montanhas, sai de casa e inunda as ruas de Punakha. O noivo não esteve com medidas meias: recusou-se a convidar famílias reais estrangeiras. Assim, sim! Para o povo a festa e os reizinhos que almocem nos seus castelinhos.

 

(url)

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:21
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Sábado, 13 de Agosto de 2011

ESTÓRIAS D’ALDEIA

 

Blake Flynn

 

I

Acabado de cozer o pão, quem na cabeça o trazia em tabuleiro de madeira apoiado na «rodilha» - aliviava o desconforto e equilibrava o peso - dizia aos passantes:

_ Olhe, tome lá do nosso pão e com saúde o coma.

Respondiam:

_ E vossemecê o que lá tiver.

 

II

Era comum ouvir:

_ Amor dado é recebido.

Os menos indulgentes resmoneavam:

_ «Atão»… É dado porque já foi recebido.

 

III

Numa procissão da Festa de São Cosme e São Damião, «anjinhos» à frente, andores carregados aos ombros pelos mordomos, seguiam-nos em duas «carreiras» paralelas crentes com velas na mão. Dado o caso de um dos mordomos ter vislumbrado teia de aranha no andor, vozeou:

_ Pare a música que o Senhor leva «bixo»!

 

IV

O pároco da freguesia, não raro, utilizava a homilia para «recados». Era recorrente apelar aos casais no sentido de engendrarem mais filhos. Ora, sendo a pobreza regra pedir nascimentos era injusto até pela elevada taxa de mortalidade no parto de mães e neófitos. Como em todas as liturgias, na nave da igreja, mulheres, no coro, homens. Vinda do alto, trovejou a voz do ‘tio’ Monteiro, quatro filhos a custo alimentados, farto de ouvir o mesmo:

_ Ó Senhor Prior, olhe que já “fiz a minha perna” (contava quatro filhos)!.

 

V

Durante a semana santa, era uso vir de fora um sacerdote pregar. No púlpito, paramentado com cetins e dourados pomposos, advertiu:

_ As três paixões que levam o homem ao Inferno são: o mundo, o demónio e a carne.

Findo o sermão, já no adro, juntam-se três mulheres: Paixão do Rita, Paixão Mereira e Paixão do Canto. Lamentavam-se por julgarem ser uma o demónio, outra o mundo e a última a carne. A Paixão do Rita não se conteve:

_ Mas que foram dizer ao padre?! Toda a gente sabe a minha vida e a do meu homem. Não mereço ouvir uma destas do “altar abaixo”.

 

VI

A moçoila mais cortejada na aldeia teve direito a serenata organizada pelo Tito Bruno, rapaz de muitas posses, e outros amigos da vila. O hábito era a homenageada, sem assomar à janela ou “ficaria falada”, acender a apagar a luz duas vezes como sinal de ter recebido o mimo. Assim fez. A ‘tia’ Amélia cujo principal ofício era receber e espalhar mexericos sorriu, melíflua, e interpelou:

_ Ó Rosinha, ontem não deu por nada? Pois saiba que me fizeram uma serenata esta noite! Prá menina, não, que o senhor seu pai, “dando fé”, sumia os moços em menos de nada.

VII

Na ribeira, era lavada a roupa pelas mulheres da comunidade. Preparando-se uma delas para desacato verbal enquanto os lençóis coravam, outra logo respondeu:

_ Olha, “vai lavar a «rouupa»” e cala-te!

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

À época do contado, na aldeia, era ídolo Amália Rodrigues, “Fado Amália” o preferido.

 

publicado por Maria Brojo às 10:12
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Sexta-feira, 10 de Junho de 2011

DA PORNOGRAFIA AO AMOR

Blake Flynn

 

Delícia que não resisto a publicar.

 

"Série I

 

1. A pornografia começa por ser uma cábula da imaginação e depois passa a um antídoto da memória.

 

2. A honestidade absoluta só é uma virtude para os absolutamente virtuosos.

 

3. Não vale a pena matar um grande amor por uma amizade pequenina. E vice-versa. Mas é duro aprender as duas lições no mesmo dia, mesmo que - e necessariamente  - com pessoas diferentes.

 

4. Podemos amar quem connosco não partilha a língua nativa? Seguramente, mas trata-se de iliteracia.

 

5. Há mulheres com dias de atraso e mulheres que nos atrasam os dias.

 

6. Por causa da regra de um adulto ter sempre de honrar a promessa que fez a uma criança, quando alguém não cumpre uma promessa que fez a um adulto, este reage sempre como uma criança.

 

7. Se tens razão e pretendes acusar alguém na praça pública, é avisado só avançar se fores o primeiro e imperioso fazê-lo se pressentires que serás também o último.

 

8. Uma história de amor não se engrandece retroactivamente pela insistência no desgosto de amor.

 

9. O amor é o único desporto em que se perde por falta de comparência do adversário e em que contestar a decisão só agrava o goal average.  [Futeboliana]

 

10. Só evitarás os impostores se fores muito bom em algum domínio, pois eles serão ainda impostores nos domínios que desconheces.  [reformulada]

 

Série II

 

1. Damos conta do poder da palavra quando todas as outras não chegam para a corrigir.

 

2. A misoginia só se cura com outra mulher.

 

3. O dia de reflexão não deve ser levado demasiado à letra.

 

4. Interessa mais ser verdadeiro do que ter uma opinião sobre a verdade.

 

5. Tal como os pais não devem sobreviver aos filhos, também o desejo da paternidade não deve sobreviver ao desejo de amar. 

 

6. Podemos tirar a semana de trabalho do domingo, mas não podemos tirar o domingo de dentro de nós. 

 

7. A falta de sorte é o ópio dos medíocres.

 

8. Não há sensação mais patética do que um desgosto de amor que não se conquistou.

 

9. Na luta pela liberdade de expressão, idolatramos os mártires virtuosos e os heróis infames.

 

10. Há sempre mais misóginos a morrer do que a nascer.

 

Série III

 

1. As formules de politesse não servem para evitar os conflitos, mas para os resolver.

 

2. Já que não podes diminuir as adversidades da vida, corta nas adversativas da prosa.

 

3. Nunca duvides do amor se não fores umas das partes envolvidas.

 

4. Evita os activistas do activismo.

 

5. Nos compromissos, a precedência tem ascendente sobre a vontade.

 

6. Aprende a abandonar o teatro, se ao deixares o palco saíste de cena.

 

7. Não dês as chaves de casa antes de escancarares as portas.

 

8. Amai as feias, pois serás invejado sem cobiça.

 

9.  A vontade de saber resulta da alegria íntima de aprender e da humilhação pública de errar.

 

10. Quanto mais consensual for a beleza de quem se ama, mais suspeito será esse amor."

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:05
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Quinta-feira, 2 de Junho de 2011

ELEIÇÕES E CAÇADAS

Autor que não foi possível identificar, Blake Flynn

 

Disse o Fernando Alves nos Sinais: “campanha eleitoral mais parca do que é costume em promessas que não em demagogia e insultos. Como lembrava Bismarck, nunca se mente tanto como antes das eleições, durante as guerras, após uma caçada.” Acrescentaria a pesca e momentos de transtornado enamoramento às ocasiões mentirosas enunciadas pelo chamado Chanceler de Ferro alemão. Os pescadores aumentam aventura e centímetros ao peixe que debicou o anzol; os enamorados, ainda que de muitas águas, somente vêem ouro no parceiro que lhes acresce adrenalina para todo o sempre, ámen; e é bom assim ser ou o Alberoni estaria rotundamente equivocado, os livros que publicou plenos de dislates, embora se tomados como obras de auto-ajuda o disparate sobrevenha. A cegueira nos amores é frequente razão de momentos gloriosos conducentes a parcerias felizes quando, mais do que a exaltação hormonal, a substância/elo é, afinal, vera, firme e sustenta honestos projectos íntimos.

 

Exageros políticos nas campanhas também chegam de Itália: é exigido a Clemente Bastella, ao serviço de Berlusconi, o cumprimento da promessa eleitoral de se suicidar caso fosse derrotado na liderança da câmara de Nápoles. Umberto Bossi também chamado à pedra pela jura de cortar os «tintins» perdendo a câmara de Milão. Malabarismos que podem constituir a morte dos artistas, disse Fernando Alves. Quem deles tem pena, peninha ou configura luto próprio? Não eu! Quem as promete, que as pague. Lá ou cá. É tudo.

 

Prémio Príncipe das Astúrias das Letras atribuído a Leonard Cohen pela carreira poética, musical e literária. António Lobo Antunes foi um dos vinte e oito preteridos. O meu aplauso para Cohen filósofo, poeta, compositor, cantor. Terei de visitar a Amazon para encomendar livros, no original, do canadiano que mais prezo.  

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:37
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Segunda-feira, 21 de Março de 2011

A RAIVA DA CONTENÇÃO

 

Blake Flynn

 

A publicidade, como lhe compete, adapta-se aos novos tempos. Na televisiva e radiofónica, a mensagem ‘poupar’ ganha intervalos de tempo progressivamente maiores se todos bem somados. Contradição quando o objectivo é vender para alguém comprar. Mas, no subliminar, lá está o alvo primordial: consumir.

 

Por modos outros - crise política, económica/financeira, social - é recomendada contenção. Autocontrolo nos comportamentos, nos gastos. Estudos importados e sérios garantem relação entre agressividade e autocontrolo. Os obrigados a limitar consumos que derrapam num apelo tendem a focar a atenção em rostos que exprimam raiva e menos nos que reflectem medo. Da mesma maneira, quem faz dietas e come fruta em vez do bolo cremoso que lhe apetece escolhe filmes violentos onde é exibida vingança. Quem não conhece o humor canino dos que optam por regimes de emagrecimento ou de privação tabágica?

 

Termos impositivos como ‘precisa de’, ‘tem de’ provocam irritabilidade naqueles cujo autocontrolo está em alta. Os responsáveis das políticas que a todos abrangem devem estar alerta sobre as consequências dos encorajamentos negativos, imediatistas, nas atitudes quotidianas dos cidadãos. Substituí-los por incentivos positivos a longo prazo pode ser factor decisivo na paz social e no empenho em saudáveis mudanças comportamentais. Talvez suavizado o acabrunhamento de que padecemos e que nada contribui para o bem comum.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

Porque é Dia Mundial da Poesia, Herberto Helder por Mário Viegas e Rodrigo Leão.

 

 

publicado por Maria Brojo às 09:18
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Sábado, 18 de Dezembro de 2010

NEM NEM

Claudia Eve, Blake Flynn

 

O descaro pode ser mostra de mau-gosto, desassombro louvável, lucidez diminuída raiando loucura ora boa, ora doentia, perversidade porque não? Frequentemente, os descarados em fase aguda provocam nos espectadores condescendência bem portuguesa do “diz tu que assim calo-me eu”. Em alternativa, suscitam troça ou irritação pelos dislates proferidos. Neste caso, a paciência em aturá-los esvai-se como a preciosa água em bilha rachada.

 

Quem ouviu Maria de Lurdes Rodrigues, anterior Ministra da Educação, pronunciar-se sobre a Geração Nem Nem só não pasmou por da senhora esperar conveniências desavergonhadas. Ao longo do exercício como a poderosa do Sistema Educativo, provou ser vulnerável à rudeza e usar amiúde o privado armazém repleto de postas de pescada. Ontem, não desmereceu, neste particular, os descréditos que lhe são reconhecidos. A propósito dos dados do INE que constataram haver 300 mil jovens sitos no intervalo etário entre os 15 e 30 anos afastados do ensino e não inseridos no mercado de trabalho, a Senhora Dona Maria de Lurdes Rodrigues imputou culpas à pouca atractividade da escola ao não lhes satisfazerem perspectivas de futuro. Tem parcela de razão, mas foi a dama que, nos últimos anos, conduziu o navio Educativo. Como os governantes actuais ou ex esquecem culpas próprias, é obra! É lata! É descaro!

 

Nota: Geração Nem Nem, copiado do castelhano Generatión Ni Ni (ni estudia ni trabaja), designa um conceito: "vazio de actividade no grupo etário que marca o arranque da idade activa."

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

publicado por Maria Brojo às 11:17
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Sexta-feira, 18 de Junho de 2010

LANZAROTE, CASA CHÃ

Blake Flynn

 

Vai tempo que crucificas Homens que não devem tempo ao tempo em que são. José de Sousa Saramago um deles.

 

Na casa chã de Lanzarote que conheci, alma também minha, luto por fazer. Saramago é vida escrita pós morte.

 

DOR EM VEZ DE CAFÉ

 

publicado por Maria Brojo às 14:29
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