Nada como um valente susto para terminar soluços. Abundam mezinhas com o mesmo fim: engolir em seco, respirar num saco, beber água ao contrário (cabeça para baixo), contar até dez e suspender a respiração, pensar num conhecido, depois noutro até ao terceiro (cura certa!), chupar limão.
Quando um governo soluça por desprezar explicações devidas à clientela partidária e aos cidadãos, conheço receita melhor: derrota eleitoral. Pré-anúncio de outras em horizonte próximo. Vai daí, retoma o diálogo, esclarece, interroga e diz interrogar-se. Bom augúrio! À demo cracia é restituída competência. Pena a democracia não merecer o mesmo!
À excepção do Bloco de Esquerda, que tem olhos de lince e é ágil como gato em telhado de zinco quente, da direita para a esquerda a oposição foi inoperante. Faliu, conquanto óbvio o ganho eleitoral. Agitado o fantasma sem cabeça dum país ingovernável sem maioria absoluta ou coligações, treme o português que diz melhor o seu bairro, o seu clube, a sua terra natal. Avisar faz parte da atitude condizente com o Velho do Restelo postado na colina. Chegado a vias de facto, oscila, hesita, diz «nim» e vota sim. Não está para complicações.
Confrange a falta de coragem colectiva.
_ Vou às urnas. Que da minha abstenção (preguiça) não sofra eu e os meus pares. Quero clareza. Sim ou não.
Com brancos e nulos deleitam-se os politólogos e comentadores de ocasião. Por acaso(?) sempre os mesmos. Especulam e desenham cenário que o La Féria, fino como um alho e sabe encher teatros, desdenharia. Todos amealhando notas e poderes à custa dos substantivos «nins».