Mulher do século XXI – Bravo da Mata
Assassinam-nas quando a relação entorta. Maridos, companheiros, namorados estão incluídos nos 71% dos agressores. «Ex» são, entre eles, 19%. Somando as duas parcelas no quadro da violência doméstica, temos que em cada dez assassinos, nove estiveram afetiva e/ou emocionalmente envolvidos com as vítimas.
É frequentemente letal para mulher que negue continuar num relacionamento moribundo o síndroma da rejeição de que padecem alguns homens. Vieram a lume números inquietantes a partir da comunicação social. A violência doméstica mata mais mulheres que o cancro da mama. Nos dez meses deste ano, dezenas foram assassinadas e centenas estiveram à beira do mesmo fim ao decidirem retomar a vida sem aqueles com quem partilharam um amor. Nos dados obtidos, são notícia homens vitimados por razões semelhantes, todavia em número residual, mais os que decidem procurar tratamento clínico antes dos comportamentos agressivos surgirem.
Para alguns homens, “até que a morte nos separe” é literal. Mais fundamentalistas do que a Igreja Católica que no ritual do casamento a idêntica jura obriga nubentes. O perigo social destes machos violentos advém das crianças e familiares serem vítimas potenciais. Bombas-relógio que atingem, preponderantemente, mulheres na faixa etária dos 36 aos 50 anos, seguida pelas maiores de 51 anos. Quase todas, sujeitas a décadas de maus tratos. Nestas situações, é leviandade afirmar “quem está mal, muda-se”, como se num estalar de dedos a tragédia se evaporasse.
CAFÉ DA MANHÃ
Nuno Pinheiro
Linhas depuradas inauguram a entrada. Pendurados os abafos num bengaleiro/escultura metálica, libertos os gestos, cirandar pelo espaço é prazer. Luz a rodos que os verdes das floreiras interiores e exteriores encantam.
Teresa C. (homenagem a Manuela Pinheiro), Ernâni Oliveira, Bravo da Mata
Teresa C.
Originais a óleo, maioria, ou a guache forram, sem excesso, paredes. O do Ernâni remete para a profissão do casal. Móveis de design com linhas apostadas no linear. A simplicidade e restrição de objectos ociosos, minimalismo soe dizer-se, é a característica fundamental. Não seja julgado frio, pelo despojamento, o resultado. Sucedem-se recantos onde apetece ficar entretido numa leitura aconchegada, silenciosa seja esse o desejo. No escritório, parede com livros arrumados em biblioteca que rasa o tecto. Escada deslizante permite aceder às prateleiras cimeiras. A muita tecnologia não sobrecarrega ao surgir como reservada ao essencial pelas formas simples, bem esgalhadas, e cabos invisíveis.
Manuela Pinheiro (as três primeiras obras, pertencendo a última à colecção 'Afectos' da mesma pintora), Teresa C., peça de autor que não registei
Não há divisão rainha. Sem fracturas, todas se harmonizam ao avançar duma para outra. Preto, branco, encarnado, tons de terra e mar associam ao espaço a bondade da natureza.
CAFÉ DA MANHÃ
Sugestão do 'Cão das Artes'
Bravo da Mata, "Colecção Arte dos Amigos"
Privilégio ter acesso a casas de amigos onde arte variada está nas paredes. Do mesmo pintor, cerâmica e óleo colaboram em recantos sonhadores.
Manuela Pinheiro, "Colecção Arte da Família" e "Colecção Arte Minha"
A família tem opções variadas. Por coerência, conservei elos comuns. Manuela Pinheiro, é um deles.
Bravo da Mata, "Colecção Arte da Família"
Bravo da Mata é elo outro. Nas paredes, a riqueza cromática e da composição.
Tríptico e cerâmica de Bravo da Mata, "Colecção Arte da Família"
Abstractos em óleo e cerâmica. Diariamente reinventados nas leituras múltiplas. Jamais repetidas. O 'entre-paredes' constantemente renovado.
Manuela Pinheiro, Ernâni Oliveira, Ronghua.S, "Colecção Arte Minha"
Gostos específicos. Variados nas formas e projecções nas telas, adequados aos recantos onde me alargam família.
Conceição Ramos, óleo, Carlos Oliveira, escultura,"Colecção Arte Minha"
A paleta da Conceição, esculturas várias, entre elas esta que me vê e eu vejo adormecer. Existe melhor do que (con)viver com mestres escolhidos para companhia?
De suportes pictóricos originais, expostos ou aqui omissos, não abdico - permitem contemplação e reflexão íntima.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros