Brincando com pintores de nomeada: Magritte – VW Bluemotion William Bouguereau - Urban Angels
Numa das prateleiras dedicadas à poesia dum dos armários/bibliotecas da casa beirã, deparei-me com edição de 2001 dum livrinho encantador. O título é o que encima o texto, a autora com nome breve: Eliana. Aninhei-me num sofá e li excertos. Logo nas primeiras páginas, caiu-me no goto pela ingenuidade e ternura impressas. Talvez por ter aprendido muitos em criança, tradição oral familiar, guardo, carinhosamente, provérbios de todos os tempos da cultura popular lusitana. Transcrevo os versos iniciais.
“P’ra quem lê quero lembrar
Com provérbios, estou brincando
P’rá sua memória ativar
Umas frases vou trocando.
Mais vale um cachorro amigo
Do que um amigo cachorro
Perto de um cão, e em perigo
É dele que tenho socorro.
Muito nobre é a pobreza
Que se preza de ser honrada,
Muito mais que a nobreza
Quando esta é alvitrada.
O meu coração adoça
Quem meus filhos vem beijar,
Uma amizade que indossa
P’ra nunca mais acabar.
Deitar cedo e cedo erguer
Não é ditado da treta,
Dá saúde e faz crescer
Costumes de atleta.
Nem tudo é ouro o que luz
As aparências iludem,
Vou levando a minha cruz
Os incomodados que mudem.
Ser filho é, pai será
Atenção ao que acontece
Se é mau filho, pagará
O castigo que merece.
Com ferro será ferido
Quem com ferros fere alguém,
Lembre do dito antigo
Nunca do mal, vem o bem.
A capa e a merenda
Nunca carregou ao pastor,
No Verão se encomenda
No Inverno dá calor.
Ao menino e ao borracho
Sempre alguém irá amparar,
Deus põe-lhe uma mão por baixo
P’rá outra os abençoar.”
CAFÉ DA MANHÃ
Brincando com escritos populares nos camiões.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros