Autores que não foi possível identificar
São protestantes porque sim. Acumulam com outras religiões: donuts e cerveja. O pai negociou com o diabo e vendeu-lhe a alma por um donut num dia em que a rodela doce faltou. Satiriza um vizinho católico convicto e não perde oportunidade de lhe atazanar o juízo. Porém, o chefe da família, Homer, impõe à família rezas que iniciem as refeições e acredita na vida após a morte. É tolerante ao aceitar que a filha, Lisa, negue divindades outras que não a ciência e que Bart, o filho, torne insuportável a vida aos colegas de escola. Mas por não atacarem(?) a religião e respeitarem o núcleo do Evangelho, o Vaticano declarou os Simpsons católicos, quiçá exemplo para todos que não perdem episódio da família televisiva mais vista por adultos e crianças.
Osservatore Romano dixit pela pena de um jesuíta que alicerçou a fundamentação no episódio "The Father, the Son and the Holy Guest Star": _ a série de Matt Groening é das poucas para crianças "em que a fé cristã, a religião e as questões sobre Deus são recorrentes". Depois, o segredo que achou por bem revelar: _ "Poucas pessoas sabem disto e ele faz de tudo para esconder, mas é verdade: Homer J. Simpson é católico." Pela segunda vez, a bênção papal foi dirigida à família de Homer e Maggie.
Não consta que o criador da série tenha comentado a declaração do Vaticano sobre o produto que engendrou para criticar a classe média, a cultura, valores e crenças da sociedade americana. Porém, o argumentista não deixou sem resposta o elogio de Roma: _ "É a minha recompensa por não ir à igreja há 20 anos".
Desanimadora é a atenção dada ao assunto por bispos e teólogos portugueses. Quando uns bonecos amarelos suscitam, nesta altura, maior zelo reflexivo que as agruras do povo, vai mal a Igreja Católica que neste canto do mundo temos.
CAFÉ DA MANHÃ
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