Graham McKean, Morgan Kane
O riso é fonte de sabedoria, possível se nos distanciarmos das coisas e as abarcarmos num todo. A perspectiva fica, então, mais real do que o próprio real. E pode dar para rir, esse real assim distante.
Rir não é futilidade, é um acto da inteligência. E se não entendemos uma piada rimo-nos na mesma. Então não está toda a gente a rir? Contagia! Se não rimos mais é porque, fado nosso, estamos sempre com saudades de qualquer coisa.
Dos chapéus de Evaristos, limitados que estavam a entreter bebedeiras com candeeiros, desembocámos no Zip Zip metaforizando piadas através do Raul Solnado. Os tempos só admitiam sarcasmos com disfarce. Mais tarde, Herman, Diáconos e Companhia apontariam o dedo à indecorosa realidade com «paletes» de imaginação. Muito assessorada e repetida, é certo; para alguns e pela mesma razão perdido o gargalhar espontâneo que as graças «Hermanistas» provocavam. Os Gatos Fedorentos renovaram o riso começando por rir deles e somente depois da audiência que cresceu até patamares imprevisíveis. Têm essa rara competência: fazer rir. De tudo e de nada. Ou porque rir dá vontade de rir e é saudável: acresce anos de vida e suaviza males.
Não havendo de que rir, seja encontrada razão no quotidiano fértil em picarescos momentos. Bem espiolhada a realidade, só não ri quem deseja preservar a face de rugas ou é misantropo convicto.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros