Quinta-feira, 26 de Maio de 2011

RASTEIROS, RASCAS, RANÇOSOS

Autor que não foi possível identificar

 

Sobre a influência da meteorologia no psiquismo humano coexistem os saberes tradicionais: o empírico e o científico. Do primeiro, damos conta sem grandes cogitações – alegria maior se o sol é esplendor, nostalgia, semblante meditabundo havendo tecto cinza pelas nuvens coladas. Do segundo, tratam investigadores cujas conclusões vêm à tona dos dias e condizem, parcialmente, com o senso comum.

 

Ora, campanhas eleitorais têm sobre o meu estar consequências semelhantes às experimentadas quando a atmosfera concentra vapor de água que ameaça, a qualquer instante, desabar sob forma líquida. Durante um par de semanas, as tormentas «campanheiras» sucedem-se e entram cabeça dentro. Concentram o já sabido, normalmente disseminado ao longo do ano, nas andanças da governação e das oposições: políticos rasteiros, estratégias rascas, discursos rançosos.

 

Os políticos não são subespécie dos humanos: pensam, sentem como qualquer outro. Estão mais expostos e congregam julgamentos de todos, difamações incluídas. Todavia, o exercício do poder e dos «poderzinhos» é viciador. A muitos perverte. Na maioria, comportam-se como pilotos dum avião que a metros e metros de altura tem invariavelmente sol glorioso, ainda que os concidadãos estejam abafados por tectos de nuvens pingonas. Porém, bastar-lhes-ia diminuir a altitude do voo para que a realidade fosse perceptível e os interpelasse. Poucos o fazem. A estes rendo homenagem.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:58
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Quarta-feira, 16 de Setembro de 2009

O “PAULINHO DAS FEIRAS”

Alberto Herrera Arana

 

Designação pejorativa a remeter para a opção pelas feiras onde também faz campanha. Paulo Portas distinto de quase todos os outros candidatos que centram a propaganda eleitoral em comícios, almoços e jantares. Alguns, poucos, cedem a arruadas. Bem acompanhados pelas juventudes partidárias e figuras nobres e/ou locais da política. Reduzido ao mínimo o confronto popular. Porque é intempestivo, por incluir beijocas e apertos de mão e impropérios e queixas e, quiçá, encontrões ou atitudes mais agressivas. Depois, falar com a verdade do povo não é fácil. Atemoriza quem prefere pedestais e carrões.

 

Não subscrevo a demagogia dos candidatos, de Paulo Portas em particular. Aprovo o facto de procurar feirantes e lugares onde encontra humildes não orquestrados. É importante que o povo conheça de viva voz e pela presença aqueles que podem vir a governá-los. Que perguntem, que sejam politicamente incorrectos, que satisfaçam dúvidas sem maquilhagens de estúdio ou palcos/cenários. Não reúnem condições para pagantes ou convidados, com mesa e cadeira à espera, nos comícios que envolvem sopa e prato raso.

 

O saber estar com todos os portugueses também define o carácter de um político. Saber ouvir. Saber utilizar linguagem simples para esclarecer importâncias necessárias a qualquer. Sem guião, sem assessores a soprarem ao ouvido respostas exemplares. Sem anjos da guarda a comandarem atitudes. 

 

CAFÉ DA MANHÃ


Deolinda - Fado Toninho

 

 

publicado por Maria Brojo às 06:25
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