Frida Kahlo
A mulher abre as persianas do casulo após oito dias de obscuridade que os verdes sentiram. Rega-os. Depena murchos. Olha os plátanos infantes da avenida, no entretanto, resplandecentes pela folhagem crescida. Corre os fechos da mala/carrego. Escancara trapos e parcos haveres. Enfia na máquina de lavar a roupa que usou. Estende-a, depois. Sabe da Maria Velho da Costa agraciada pelo Presidente com a Ordem da Liberdade – bem empregue, no caso, seja qual for o préstimo futuro, provavelmente arrecadada em gaveta para o pó não comer do distintivo, do grande-colar, da fita do pescoço, da banda e da placa as cores e o brilho do metal. Ouve que na Via do Infante foram queimadas estruturas destinadas ao pagamento das futuras passagens, que está aberto o Canal Cultura, chamado 180 pela ordem na grelha da Zon. Festejos oficiais dos 37 do 25 com três ex-Presidentes e mais um – o actual. Poupados aos espectadores momentos poeirentos duma Assembleia sem dignidade ou senso enfeitada com cravos desrespeitados e nunca conduzidos à frescura necessária. Até aqui, tudo bem.
Mais vem a saber: farmácia hospitalar decide fundamentar-se em legislação com meio século para cobrar aos doentes crónicos que padecem de hepatite B doze euros e tal diários pelo comprimido salvador de males outros e mesmos. Trezentos e sessenta euros ao mês. Ora, desde há cinquenta anos as ciências médicas evoluíram: sabido hoje, ignorado ontem. A Ministra da Saúde que se amanhe e tome a única postura acertada: marcha-atrás.
Complemento trágico: antes de terminada a ‘Operação Páscoa’, as forças que pretendem garantir segurança na estrada contabilizam mortos e feridos em maior número maior que na do ano passado. Qual o diabo que desgoverna os condutores, ou serão eles o próprio diabo? Para estes demónios existirá exorcismo? Matam-se e matam. Que venha o padre Humberto Gama e acólitos se deles precisar. Sendo necessária importação de exorcistas é custo a ‘bem da Nação’ e do povo.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros