Carlos Diez
Aquecem os dias, as relações entre países no Médio Oriente e p’ra o lado das Coreias. Aquecem os preços com o IVA acrescido, ansiedades nas famílias, as praias concessionadas divididas entre segurança aquática, salários aos nadadores salvadores que recebem lentilhas por dez horas de contínua vigilância sem folgas. Para nós, época dita balnear, época de todos os riscos estando ondas pela frente e à beira delas população desinteressada ou ignorante das perigosas travessuras marítimas. “Nunca vire as costas ao mar” diz quem sabe. Houvesse um vigilante credenciado por família e mortes seriam evitadas. Hipótese que iria bem com a indisciplina lusitana. Atávica. Sarilho que desembocou no visto vivido e vívido.
Olhando de cima para baixo a costa portuguesa, malgré bandeiras azuis aumentadas, à medida do descer subtraído areal à disposição do banhista que arriba não protegido pelo resort ou pelo hotel da estada ou pelo aluguer do toldo ou do colmo. O cidadão comum afastado das zonas nobres vindo municiado com chapéu-de-sol para enfiar na areia. Longe do olhar exausto dos nadadores salvadores. Longe de educação para a segurança nas praias.
Quantas tragédias evitadas pelo respeito ao princípio de ‘se esturricou ao sol, não se enfie, directo, no mar’? Outro, basilar como o anterior:
_ Molhar os pés dispensa avanço para fundos ignotos se a arte de bem nadar não for competência.
Insisto:
_ Havendo crianças por conta, poças de água cavada pelas ondas, piscinas exigem olhar atento dos pais.
Declaro:
_ Educar para a segurança é urgente. Podemos estar na falência, mas a prevenção é indispensável. Spots nas rádios e televisões envolvem despesa meritória. Obrigatório: _ isenta de negociatas transaccionadas pela porta dos fundos como mandam os estrumes.
CAFÉ DA MANHÃ
Carlos Diez
Porque cheira ao mesmo qualquer cantina de faculdade? Porque é insuportável ao cabo de breves minutos? Olhando a clientela, porque impera o déjà vu tenha décadas ou remonte a experiências recentes?
Num par de semanas, dose dupla ‘acantinada’ que também explica respostas em falta aos comentários de generosos e/ou mui queridos leitores: Escola Superior Agrária fora de portas, antecedida pela do ISCSP na Ajuda. Nesta, ainda me escapulia para o terraço fronteiro ao rio motivada pela cigarrilha. Juntadas mais duas mulheres com cigarro ardente, foi-me dependurado medidor das PM 2.5. Afastado do solo by the book das medições dos gases poluentes. Trindade feminina escrutinada por tecnologia de ponta e na ponta da mala ao ombro; por coerentes e impolutos ecologistas. No regresso, escândalo pelo gráfico picado coincidente com as fumaças. Ao sair, desbaratei duas de seguida. Revanche e prazer aumentado.
Na Agrária, foi diferente. Anoitecida insuportável por constipação ‘com todos’ _ nariz apalhaçado, lenços de papel, lacrimejar e espirros _ acordei determinada. Enjoada. Cansada de menoridades. Depositei a lata cheia dos, até ali, aromas em bom recato. Liberta, aguentei a passividade da égua e o ejacular ludibriado do garanhão. Os microscópios e as plaquetas. Espermatozóides frescos com mobilidade e cone? Sim ou não? Com serventia para inseminação nas fêmeas equinas dos arredores?
A desistência do prazer não conseguida por cientistas fez banal nariz pingão. Demérito para a lógica, aplauso para a vontade. Tem dois dias. Palmadinhas nas costas ajudam a soltar catarro e são mimo.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros