Magritte reinventado, Richard Franklyn
-9ºC em Carrazeda de Anciães, -6ºC na Guarda, - 4ºC em Viseu. Na Europa, a vaga de frio vinda do Norte já matou para cima de duzentas pessoas. Só na Ucrânia, mais de 110, maioritariamente sem-abrigo encontrados sob a neve. E lembro, com gosto, os «pingentes» que na Beira Alta, tempo de férias no Inverno, enfeitavam muros e musgos. Os caminhos, feitos escorregas, para a miudagem fruir. E a garota deslizava; com luvas partia o rendilhado do gelo que debruava fronteiras. Ignorava o perigo nas estradas porque dela o gozo era a região fria, o divertimento, amigos outros que os interregnos entre períodos escolares permitiam rever. Era feliz. Corria o contentamento encapuçada pelas ordens matriarcas, gargalhava ao cair, mergulhava as botas na neve que lhe fazia a graça de cair. Quando o sol arribava, luziam montes, encostas, vales e o chão próximo. O azul despontava lá em cima muito antes da neve enegrecer pelos fumos do corrupio automóvel. E quando luto entristecia a alvura, avançava serra acima à cata da impoluta. Enterrava as pernas até delas mear a altura. Subvertia o desafio das recomendações. E ria e era menina/adolescente/jovem rica do que mais importa: liberdade.
CAFÉ DA MANHÃ
«Pra» aquecer: Fernando Botero. Nasceu em Medellín / Colômbia, no ano de 1932. Pintor, desenhista e escultor de grande originalidade. Conhecido pelas figuras obesas (a sua marca) onde retrata a família, o quotidiano, a vida burguesa, a cultura popular colombiana, animais, flores e personagens históricos. Estilo inconfundível, único, conquanto em Portugal um pintor o imite com enorme distância na qualidade.
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros