“Minha vida era um filme mudo em preto e branco, aí você apareceu e coloriu até o buraco negro onde habitavam meus sentimentos.”
"Pinto os cabelos de preto para os encontros amorosos e de branco para as reuniões de negócios."
“Vou colecionar mais um soneto Outro retrato em branco e preto A maltratar meu coração”
“A sombra do branco é igual à do preto.”
“O estudo da metafísica consiste em procurar, num quarto escuro, um gato preto que não está lá.”
“Liberdade não é poder escolher entre preto e branco mas sim abominar este tipo de propostas de escolha.”
Theodore Adorno
“Infância - A vida em tecnicolor. Velhice - A vida em preto-e-branco.”
“Preto e branco é poesia é nostalgia, é atemporal.”
"... mas preciso de magia. Não consigo viver em preto e branco."
CAFÉ DA MANHÃ
Rem Koolhaas
Vinicio Capossela «concertou» na Casa da Música. Desconcertou alguns _ ignoro se muitos pela inexistência de sondagem à boca da saída. Desconhecia-o. Curiosidade espicaçada pelo baptismo de “Tom Waits à italiana”, esmiucei o YouTube. Porque o desejo de mais saber é como as palavras e as cerejas, nunca em demasia, passei do tal Capossela para a cerâmica, desta para a arquitectura e regresso ao Porto. Fio condutor: a Casa da Música. Recursos: diálogo aceso com portuense crítico e Google para a imagem.
Nunca entrei no diamante em betão postado na Rotunda da Boavista pelo arquitecto Rem Koolhaas. Chegada ao Porto, inicio-me no Passeio Alegre, deslizo rente ao ondular do Douro quase marítimo, e só depois experimento surpresas. Que as há em cada volta à cidade-amor. Sensual pelos aromas, colinas expostas e esconderijos benignos a carícias aos horizontes cortados por verdes frondosos.
Ontem, ficou assente testemunhar da Casa a acústica _ disseram-ma das melhores do mundo _ assim haja apelo na programação. Mirar os azulejos que enobrecem a sala VIP, homenageando a bela arte da cerâmica portuguesa que me rende (a estação de S. Bento é mostra excelente). Distorcer a visão pelo vidro ondulado, parede da mesma sala.
A voz crítica portuense não descurou menoridades e perversidades da Casa da Música: concepção como auditório, sem fosso de orquestra que permita espectáculos de ópera quando no Porto é omisso espaço decente para idêntico fim; os milhões envolvidos permitiam mais valências, ou a construção de dois espaços que as satisfizessem.
Quero de volta Serralves, a “Árvore” dos meus encantos, deambular entre granitos. Contornar o disparate do mui querido Siza na Avenida dos Aliados, bisbilhotar, em Matosinhos, a “Casa de Chá da Bora Hora” e a “Igreja de Stª Maria” que assinou.
Nota: a versão Photoshop da azulejaria concebida por Rem Koolhass não diminui beleza ou mérito. Augusto Cid utilizou processo semelhante nos painéis que ornam as «patas» do viaduto frente ao Jardim Zoológico, em Sete-Rios. Merecem olhares.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros