Sexta-feira, 12 de Julho de 2013
O reverendo D’ Ewes Coke, sua mulher Hannah e Daniel Parker Coke. (circa 1781–82) Joseph Wrigth of Derby
Sem que o traísse a postura, o Reverendo D’Ewes Coke sentia-se enfadado. A estada em Bath não fora aprazível. Haviam sido constantes as lamúrias de Hannah pela chuva e vento dum estio miserável que culpava de ter arredado famílias amigas. Reunidas, era costumado lustrarem a vida social. Sem préstimo ficaram nos baús vestidos costurados a propósito para festas, para receber e visitar. Constantes também tropelias, gritos, brigas dos três rapazes obrigados pelo mau tempo a permanecerem em casa. Nem os serviçais nem a autoridade paterna lograram refreá-los. Faltara a D’Ewes Coke tranquilidade para leituras, alegria nos dias pela ausência dos Barringtons, em particular de Amanda Barrington. O sol em falta ao Reverendo fora o refletido pelos caracóis dourados e pele macia de Amanda. Sem alternativa, gerira os negócios da Pinxton China, retomara os esboços da Mansfield and Pinxton Railway e dos jardins da casa herdada onde iriam residir. Saber esperá-lo a confusão da mudança para Brookhill Hall, perto de Pinxton, e as exigências de Hannah em novos requintes agravaram o mau humor e fastio.
No regresso de Bath, o primo de Coke, Daniel Parker, fora chamado a pedido de Hannah. Acedera contrariado: irritavam-no em Daniel, membro do Parlamento, as intimidades com Hannah, os maneirismos londrinos duma elite palavrosa que sacudia para empreendedores como ele a gestão, lucrativa embora, de empresas fabris e milhares de trabalhadores. Escravos da revolução industrial em curso, diziam mais e mais vozes. A pain in the ass, dizia ele.
Chegado o final de Setembro, ainda Daniel continuava em Brookhill Hall. Após a refeição da manhã, passeio nos hectares que circundavam a casa. Pausa junto da suave colina engalanada pelo cobre da folhagem. O Reverendo propõe refletirem sobre o desenho do jardim. Perante o silêncio respeitoso da mulher e do primo, desenvolve o plano que o ocupara em Bath. Mostra o esboço que (...)
CAFÉ DA MANHÃ