B. Hallo
Nós, portugueses, temos uma capacidade de resistência ao sofrimento e teimosia que nos torna aptos para os maiores feitos e desgraças. Pequenotes se comparados com alguns nativos europeus, pontificam eslavos e nórdicos, empertigamo-nos e, mesmo centímetros abaixo, olhamo-los do alto quando somos desafiados. As nossas pernas curtas até dão arranjo – quanto mais rentes ao chão, estabilidade acrescida. De início, os pernilongas até podem vomitar gracejos. Passa-lhes a vontade ao decidirmos lixá-los – atitude muito lusitana se alguém insiste em fazer papa do nosso juízo.
Ontem, retomados os maus velhos tempos de demora na contagem de votos depositados por valorosos cidadãos, demos prova de outra qualidade – paciência. O estimado e sábio Eduardo Pitta escreveu estas:
_ “Tanta providência cautelar, tanto tribunal em desatino, tanta doutrina Constitucional... para assistirmos hoje à derrota de Menezes & Seara.”
_ “Não se admite que às 00:50 ainda não esteja fechado o escrutínio oficial. Por exemplo: já sabemos que António Costa obteve maioria absoluta em Lisboa. Mas foram 52 ou 56%? E Sintra, em que ficamos?”
Acerca dos feitos lusos, mais houve e de maior importância a registar: João Sousa venceu o torneio do ATP em Kuala Lumpur e, em Florença, Rui Costa obteve o título de campeão mundial de ciclismo. Nasceram para o planeta desportivo, portugueses de arromba. Um happy birthday vem a calhar.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros