Sexta-feira, 28 de Junho de 2013

NA BERLINDA: RITA, EUGÉNIA E HENRIQUE.

 

Colleen Ross

 

Escreveu ser banal e ter orgulho no facto. Problema: o Henrique Monteiro não o é nem jamais o será. Pode intimidar – senti-o no início desta ‘Tristeza’. Leda suscetibilidade a minha! Viria a descobri-lo alimentando a verdade do simples, a partilha de histórias da vida, a condição de ouvinte atento.

 

Contradigo: a banalidade dos humanos é invenção. Cada ser é único o que rejeita pertença a rebanho, salvo em comportamentos coletivos. Neste enredo caímos todos. Sem exceções.

 

Depois, há o mistério. A Rita Roquette de Vasconcellos e a Eugénia Vasconcellos representam-no neste mundo dos ‘Tristes’. Podem contar de si que continua por dissipar o manto translúcido da fresca neblina que as cobre. Podiam ser musas da Colleen Ross. E se aprecio mistérios (...)

 

(...) Remate: se o Henrique Monteiro é banal eu sou pileca mecânica.

 

Nota: texto integral aqui.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:30
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Sexta-feira, 4 de Maio de 2012

DEPOIS DA TASCA

Colleen Ross

 

Vi sítio lindo. Antes, fora o recolher do automóvel da garagem onde pernoitara semana e meia para arranjo. Ao trazerem-mo, luzia e pouco tinha a ver com a lata podre ali chegada, conquanto, etariamente, infante do básico. De tão bonito, quase tive receio de rodar o volante. Por saber-me distraída e consciente da péssima condutora que sou – nada me detém sendo pressa e a cavaqueira com o(a) pendura a mandarem – avancei lenta e cuidadosa. Inusitada maneira de progredir no alcatrão para quem me conhece os vícios se dirijo um motor...

 

Voltando ao lugar conventual onde cerâmicas e lioz e arcadas e arcos em tijoleira emoldurando janelas do século XIV coabitam com fibras óticas após irrepreensíveis restauros. Lugar a que acedem funcionários de serviço estatal. Além dalgumas, escassas, pousadas, especulo que na amada Lisboa – a “Cidade Branca” do Tanner, a lagarta reluzente esparramada ao sol – e no país, poucos coios semelhantes existem. Ter fruído deste encheu-me o olhar com beleza.

 

Almoço? _ Partilhado! Iscas e sardinhada numa tasca encantadora «mai’la» companhia.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 08:50
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Terça-feira, 27 de Setembro de 2011

E FOI-SE O GATO!

Colleen Ross, Pat Durgin

 

Anda uma pessoa para baixo e para cima feita ioiô, acarta, descarrega, volta a acartar e a descarregar e o lado mecânico dos gestos atrevem comando se a consciência não estiver alerta. No entardecer brando do sopé da Estrela, era a última das viagens do dia. Limite de velocidade: os cinquenta habituais nos mil e poucos metros de estrada cujas margens de floresta, moradias e respectivas quintas ou quintais andamento mais rápido não autorizam.

 

Ruminando sobre o feito e por fazer, desesperada por banho que relaxasse o corpo, conduzia ocupada pelo espírito e pelo rolar. Bichano atravessa a estrada em passos lentos ignorando que pneus no alcatrão implicam risco. Possivelmente, pela hora, ia a caminho da janta que os donos ou a fortuna lhe houvessem preparado. O olhar confiante dirigido ao automóvel manteve-se enquanto o motor se aproximava. E ele atravessava como se o cobrisse manto protector ou fosse elefante de África rumo à savana.

 

Ao volante, escassos segundos para travar. Enquanto isso, como se de dentro para fora alerta espevitasse o pasmado, clamava: _ Sape gato! Sape gato! Detido o automóvel, saí - fora audível pancada. Coração feito ervilha, espreitou mas gato “viste-o!”. Aflição em crescendo, imaginava-o estendido sob a lata. Eis que, ao virar-se, vê o bicho sereno, junto a ela. Antessentida reprovação no olhar. Afagando o pêlo, soube terem feito as pazes. De supetão, meia-volta e “ala que se faz tarde”. Foi-se. A meio, parou, olho assestado na mulher. Depois, corrida pelo apetite da janta mais importante do que ela. Interpelou-a a postura do animal que não arredou patas sem exprimir, firmemente, indignação. Ora, se até os gatos são dignos ao recriminar, porque não fazem semelhante os humanos pisados pelas diversas opressões?

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 09:07
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Sexta-feira, 28 de Janeiro de 2011

REDACÇÃO - ‘O ACORDAR DA MINHA CIDADE’

Colleen Ross, Gregory Thielker

 

A minha cidade, como todas, acorda cedo. Tão cedo que a maioria da população ainda dorme. Quem pelas seis se levanta ouve os ruídos daqueles em fila à porta do Centro de Saúde para obtenção de receita ou consulta urgente. Idosos quase todos, mães com filhos ao colo, automóveis em segunda fila com espera dentro. Dói testemunhar madrugadas para atendimentos básicos, direito dos cidadãos à Saúde. E erguem-se de nadrugada da cama, acordam os bebés, arrastam idosos na esperança de assistência médica. Tão triste, tão mau…

 

Já a mulher que espreitara a porta-varanda sai pela garagem via abracadabra electrónico, conduz rumo ao edifício do princípio do século onde trabalha. No percurso, assiste aos estremunhados que saem de casa, aos andantes embiocados com pressa matutina atravessando intervalos dos semáforos, aos avós com crianças pela mão nas passadeiras dirigidos às escolas próximas. Um neto, doze anos para cima, palra alegremente com o avô enquanto caminha, devagar, para a escola pública que o reterá só de manhã, talvez dia quase todo se o horário mandar. Casal envelhecido, avós substituindo pais, conduz pela mão menina pequena, agasalhada, a caminho do ensino oficial ou particular. Mais à frente, guardas prisionais, encorpados, saco de desporto na mão escondendo farda, alinham-se na entrada minúscula à cata de picarem ponto. A prisão engole-os um a um. 

 

A cidade ganha vida na noite a cada instante desvanecida. Enche-se de gentes variadas. E a mulher conduz. Câmara fotográfica no olhar.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 07:32
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Terça-feira, 26 de Outubro de 2010

PILHÉRIAS ALHEIAS

John Rogers Cox, Colleen Ross

 

Gosta da pilhéria. Do exagero. Do não sistemático como prova do ‘eu existo’. Reparte-se entre o «está-a-dar» e a originalidade. Na obediência aos lugares-comuns, almeja graça. Segue caricatura de Miguel Sousa Tavares anterior às Scuts pagas.

 

“Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:

- É sempre assim, esta auto-estrada?

- Assim, como?

- Deserta, magnífica, sem trânsito?

- É, é sempre assim.

- Todos os dias?

- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.

- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?

- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.

- E têm mais auto-estradas destas?

- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.

- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?

- Porque assim não pagam portagem.

- E porque são quase todos espanhóis?

- Vêm trazer-nos comida.

- Mas vocês não têm agricultura?

- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.

- Mas para os espanhóis é?

- Pelos vistos...

Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:

- Mas porque não investem antes no comboio?

- Investimos, mas não resultou.

- Não resultou, como?

- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.

- Mas porquê?

- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.

- E gastaram nisso uma fortuna?

- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...

- Estás a brincar comigo!

- Não, estou a falar a sério!

- E o que fizeram a esses incompetentes?

- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.

- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?

- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.

Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.

- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?

- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.

- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?

- Isso mesmo.

- E como entra em Lisboa?

- Por uma nova ponte que vão fazer.

- Uma ponte ferroviária?

- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.

- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!

- Pois é.

- E, então?

- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.

Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.

- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...

- Não, não vai ter.

- Não vai? Então, vai ser uma ruína!

- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.

- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?

- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!

- E vocês não despedem o Governo?

- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...

- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?

- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.

- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?

- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.

- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?

- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.

Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:

- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?

- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.

- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?

- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.

- Não me pareceu nada...

- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.

- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?

- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.

- E tu acreditas nisso?

- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?

- Um lago enorme! Extraordinário!

- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.

- Ena! Deve produzir energia para meio país!

- Praticamente zero.

- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!

- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.

- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?

- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.

- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?

- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.

Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:

- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?

- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.

Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:

- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!”

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 06:19
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Terça-feira, 21 de Setembro de 2010

CULPADA COM REMISSÃO

Colleen Ross

 

Somos indisciplinados. Novidade de truz! Aliás, qualquer dardo contra a estima nacional é lugar comum – não temos elevada estima pelo povo pertença, sem dar conta significar o mesmo atribuirmos baixo valor ao individual. Cada um incluído até pelo tórax inchado de soberba que admite o esmo do maldizer. Escriba incluída. Bem pode a mulher justificar através da sistemática análise crítica a reflexão escrita – não impede cheiro malino a distanciamento do normal português.

 

No assunto e prática que hoje a move no dedilhar das teclas, é culpada sem remissão. Estaciona onde calha se completos os sítios legítimos, assim deixe piscando botões disponíveis. Não conta demorar, certeza antecipada e desmentida se fila/surpresa a retiver. Fica em ânsias. Vem à porta lobrigar se é empecilho ou polícia está visível. Não constando ameaças, permanece na fila. Ouvindo apitos raivosos ou espreitada possibilidade de multa, assegura lugar na procissão, apressa sorriso, pede desculpa e negoceia troca de lugar com o outro condutor, ou implora compreensão ao justo caçador de infracções aos direitos de todos. O costume não lhe tem corrido mal e por isso bendiz o poder de um sorriso, mais desculpas embaraçadas e genuínas, a tolerância dos agentes reguladores.

 

Veio a infractora a saber que num ano a Carris perdeu 900h em imobilizações causadas por outros como ela, pagou 400 euros por cada uma das 1300 interrupções. Depois, há quem maldiga a ineficácia dos transportes públicos por lhe aprazer levar automóvel até ao elevador… A consciência cívica tocou a rebate. Rotulou-se de péssima cidadã. Fez jura de não repetir pelo mais sagrado que a vida lhe dá. Daqui a instantes sai de casa, estacionamento privado aguarda-a. Trabalho cumprido, se uma tela for tentação, ou tem próximo lugar permitido ou andarilha a distância necessária para subir, neste particular, a estima pessoal pela cidadã que é.

 

CAFÉ DA MANHÃ

 

publicado por Maria Brojo às 06:22
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