Autor que não foi possível identificar Giulio Romano
Relatado que Portugal desceu para o trigésimo terceiro lugar dos países menos corruptos do mundo. Ficámos a meio da tabela, descendo dez lugares relativamente ao ano passado. Atribuídas culpas ao incumprimento das leis, a uma Justiça ronceira e sem venda nos olhos. Quanto à vulnerabilidade dum povo cuja História conta ter inclinação para fugir por via de influências às seringas que lhe ameaçam o traseiro, nada foi dito. Polidos os avaliadores. De perto sei, que tendo uma jovem mulher morto à nascença o bebé, o putativo pai, homem de dinheiro e posição, manipulou com tal habilidade os cordéis da marioneta consubstanciada num juiz local, que a conheço livre de gaiola, conquanto muitos habitantes da cidade pequena tenham presenciado factos e detalhes incriminatórios.
Há uns anos, foram notícia implantes mamários nalgumas funcionárias do Hospital de São João. Por conta do erário público, nas vagas cirúrgicas, aumentaram a voluptuosidade das mamas – seios e peito são termos que remetem para pudores escusos. Segundo o Bastonário da Ordem dos Médicos da altura, as cirurgias estéticas praticadas nos hospitais obedecem a regras precisas e devem merecer a classificação de imprescindíveis. Como o Serviço Nacional de Saúde não paga ou comparticipa centímetros de mamas ociosos, médicos e funcionárias fizeram a clássica vaquinha. Em alta, o nacional-porreirismo. A chaga do chico-esperto faz jus à tradição e continua infecta.
Enquanto mais oitenta funcionárias do referido hospital aguardavam mamas impantes, ao tempo, menina de oito anos foi morta por atravessar clandestinamente a fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. Transportava, ilegalmente, dois quilogramas de farinha. Guarda paquistanês empurrou-a para o rodar dum camião. É provável que no mesmo instante saísse do bloco cirúrgico do São João um par de mamas novas.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros