Teseu e o Minotauro Rubens
Já Dédalo e o filho, Ícaro, aspiravam a fuga de Atenas em voo alado. Dédalo tinha razões ponderosas: por ter ajudado Ariadne na escapada romântica com Teseu, chamou a si a ira do rei Minos. O monarca, um ingrato!, esqueceu ter sido Dédalo o construtor do labirinto/prisão que encarcerara o Minotauro – o mau da fita com corpo de homem, cauda e cabeça de touro. Algumas mulheres são capazes de jurar que descendentes do monstro continuam a infernizar-lhes as vidas, conquanto sejam desconhecidas negociações carnais entre ele e as donzelas atenienses aprisionadas para lhe servirem de alimento.
Dédalo e Ícaro engendraram asas em cera. Pai e filho levantaram voo. Imprevidente, o rapazola foi direito ao Sol; a cera fundiu e acabou estatelado nas águas do Egeu. Tragédia mitológica de faca-e-alguidar que, como outras, a modernidade recuperou em filmes e telenovelas. No século XXVIII, o jesuíta Bartolomeu de Gusmão tripulou a Passarola logrando percorrer 1 km até pousar no Terreiro do Paço. O “Homem Voador”, Yves Rossy, ex-piloto militar da Suíça, aventurou-se a desenhar oitos no ar voando acoplado a um par de asas munidas de quatro motores a jacto. «Homem-pássaro», retoma o sonho original de Dédalo. É legítimo concluir que os humanos são dados a evadirem-se do chão.
Maneira fácil de abandonar o solo é voo num avião. Como é explicável que centenas de toneladas subam no ar se, pela gravidade, o mais certo era não sair da pista? O fundamento está em vencer duas forças que o colam à terra: a resistência do ar que afeta qualquer objeto em movimento e o peso da aeronave. A simplicidade do entendimento aumenta se o problema for dividido em partes.
1 – O avião necessita de ser impulsionado por hélices, foguetes, turbinas e gerar força superior à resistência do ar. Os dois últimos componentes sugam o ar como faz qualquer exaustor. Neste caso, gigante.
2 – As turbinas expelem o ar anteriormente comprimido e acelerado pelas hélices. É gerada força que impulsiona o avião para a frente e vence a resistência do ar. (...)
Nota: texto publicado na íntegra aqui.
CAFÉ DA MANHÃ
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