Jennifer Janesko
A «descoisa» clássica chamada derby foi comummente precedida pela chegada dos adeptos encarnados ao verde careca de Alvalade. Pela descrição dos cuidados policiais, parecia estar o Campo Grande e 2ª Circular sujeitas a terrorismo «etista», da Al-Qaeda ou do Hamas.
Inocentes condutores, no regresso a casa após dia de estafa, aguentaram em fila (im)paciente a marcha guerrilheira e gritada dos «tifosados» lisboetas. Rivais, são ditos. A «descoisa» tem piada: espicaçam-se mutuamente, insultam-se, olham, unanimemente cobiçosos, as capitosas meninas dos pompons, aliviam testosterona na forma de rugidos. Começado o desafio, a «mole» química vira humana. Primitiva, mas de homo sapiens feita. Berra impropérios contra o Di Maria e outros atrevidos nas balizas.
Conquista de bola expulsa contendor. Goooooooooooooolo do Benfica!, David Luís e um a zero. Onze contra dez, como vai sendo hábito. Sporting desaustinado. Os comentadores multiplicam adrenalinas e observações extraordinárias – “peixe num aquário”, uma delas. A multidão espectadora – esperada e não chegada – ulula.
Em casa, adeptos do sofá, engasgam a sopa e comandam silêncio à garotada. Adolescentes partilham a vibração do ecrã. Talvez cachecóis poeirentos agitados entre a garfada da janta e o livre de Carlos Martins. Apita ou não o Malquerença («diacho» de nome!)?
Amanhã é outro dia, mas quem dele quer saber quando a Taça da Liga é despique? Atira o relator de serviço;
- “Di Maria endiabrado. Joga para o Mundial.”
Ramirez, goooooooooooooolo! Dois a zero. Liedson, o «levezinho», enfia o terceiro. Goooooooooooooolo! Dois a um.
Desliguei o ligado. Como testemunha dou, superstição comezinha, má sorte ao clube preferência. Soando matinas, é conhecido o resultado, «recomentado» e requentado. Engavetado, o cachecol/herança não saiu. Cetim preto debruado a encarnado, sim. Macio, sobre a pele, foi melhor que muitos a um.
CAFÉ DA MANHÃ
Adoçantes
Peregrinando
Brasileiros