Sexta-feira, 10 de Dezembro de 2010

RELIGIOSOS, POLÍCIAS E PROFESSORES

Autor que não foi possível identificar, Paul Corfield, William Perry

 

É refrescante saber que religiosos, polícias e professores estão equiparados na confiança que os portugueses lhes atribuem como os menos corruptos do país. Sendo que a maioria dos elementos das classes mencionadas são pelintras por desvio da roda da fortuna, esta fé comove. O mesmo que dizerem: _ Coitados! Que podem eles fazer? De que vale tentá-los se o sistema lhes confere poderes mínimos? Corromper por corromper antes aqueles com estatuto bastante para cunhas que influenciem advires.

 

Longe vai o tempo em que o pároco da freguesia era interpelado sobre a seriedade de jovem casadoiro(a). Em que distribuía pelos desfavorecidos queijo flamengo e leite em pó vindos da Caritas Americana, conquanto reservasse para os seus gastos fatia substantiva. A Irene Lisboa disso fez retrato vivido no “Crónicas da Serra”. Frades e freiras, pelo voto de pobreza, estão impedidos de acumular bens materiais em benefício próprio. Corruptíveis somente por via do coração. Um cachecol de agradecimento, ainda vá, sumptuosidades nem vê-las, nem delas experimentam o aroma, nem lhes caem no regaço.

 

Polícias é outra loiça, ainda assim resignados a parcas ligas metálicas em forma de moedas, no conjunto notas poucas, se no trânsito traficam medos. Isto para os mais afoitos. Os outros, nem isso. A fracção maior, portanto. Arriscam balázios, sim, pecúlios extra, não.

 

Os professores também honestos. Podem enfiar cunha para um infante ter acesso à escola onde os docentes quase pernoitam. Recompensa por isso? _ Nenhuma! A consciência e o risco de ficarem sem trabalho não lhes permite escorregar na rampa que lhes escapa e nem é tentadora. Podem dar explicações sem recibo, mas é crime outro: economia paralela que, somadas a muitas outras actividades, subtrai milhões ao fisco e ao bolso de cada um. Equivalente, assim se deparasse a possibilidade, faríamos pela precisão e pela raiva de tanto roubo incompreensível aos haveres e fazeres. Apontem-me um impoluto e crescerá a minha fé na lusa candura.  

 

CAFÉ DA MANHÃ

  

Autor que não foi possível identificar

 

Cadeira vazia em Oslo ocupada por milhões.

  

Autor que não foi possível identificar e Clay Jones 

 

 

 

Após dezassete anos, os Da Weasel findam o projecto. Memória uma.

  

publicado por Maria Brojo às 07:10
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